Jovem morreu após ser levado da Praça Germano Sampaio; na casa onde ele foi encontrado havia facas e muito sangue.
Dois jovens envolvidos com uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios de Roraima foram presos na segunda-feira. Eles são suspeitos de participarem do assassinado do estudante Fernando Gralhada de Oliveira, 19 anos, que ocorreu no fim de semana. Os dois foram autuados em flagrante por homicídio qualificado.
Jonilson Pastana da Silva, 25 anos, e Lucas Matos dos Santos, 26 anos, foram localizados por policiais militares na tarde de segunda-feira (21), após uma denúncia anônima, que revelou o possível paradeiro dos dois, mas quando a equipe policial chegou ao endereço, uma casa no bairro Pintolândia, apenas Silva foi encontrado no local.
O jovem estava com as sandálias da vítima e de imediato admitiu participação no homicídio. Ele informou o endereço do outro suspeito, no mesmo bairro, mas quando os policiais chegaram a casa, Lucas Santos não estava.
De acordo com uma fonte policial, ao ser informada da suspeita sobre o filho, a mãe do jovem informou que ele estava em outra casa no Conjunto Cidadão, no bairro Senador Hélio Campos. A equipe policial foi ao endereço e capturou Santos.
Ele também confessou envolvimento no caso, porém negou que tivesse participação direta no assassinato. Segundo Santos, ele apenas levou o estudante até a casa onde seria morto. Após as detenções, Santos e Silva foram conduzidos ao 4º Distrito de Polícia Civil, onde o delegado Paulo Henrique formalizou as prisões da dupla em flagrante pelo assassinato de Fernando Oliveira.
A polícia segue com a investigação e espera identificar e localizar outros participantes do crime. As informações extraoficiais são de que existem outros envolvidos na morte do jovem. Também que o estudante e alguns amigos foram atacados por um grupo de indivíduos na Praça Germano Sampaio, no bairro Pintolândia. Os colegas de Fernando conseguiram fugir.
CASO
O crime ocorreu no domingo (20). Conforme matéria publicada no Roraima em Tempo, o pai do estudante, Raimundo Nonato Gomes de Azevedo, registrou boletim de ocorrência na madrugada de segunda-feira (21), dizendo que o filho estava desaparecido desde a noite daquele domingo.
Ele informou que Fernando foi para a praça por volta das 18h30 e menos de hora depois, os colegas contaram que quando estavam com a vítima na praça, chegaram alguns indivíduos, e os agrediu.
Ainda segundo os amigos, todos correram para escapar dos agressores, mas os desconhecidos correram atrás deles. Porém, durante a fuga Fernando ficou pra trás e foi capturado pelos criminosos. Os amigos continuaram correndo e disseram que não viram o que aconteceu com o estudante, nem para onde o levaram.
Após ser informado do ocorrido Raimundo e outros familiares foram à praça procurar pelo jovem, mas não tiveram nenhuma pista do paradeiro dele. Pai e demais familiares ainda fizeram buscas nos arredores da praça por algumas horas, mas continuaram sem saber do paradeiro do jovem.
Na manhã de segunda-feira, após uma denúncia anônima, policiais militares encontraram Fernando morto dentro de uma casa desabitada, há duas quadras da praça. O estudante foi assassinado a facadas e estava com mãos e pés amarrados. No local os policiais recolheram duas facas pequenas, um terçado e um pedaço de corda.
Vizinhos da casa onde Fernando foi encontrado morto falaram aos policiais que o local é frequentado por usuários de drogas.
“MOTIVO DO CRIME”
Conforme o delegado, os dois suspeitos presos são da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e disseram que a vítima, supostamente seria, simpatizante da facção rival.
Porém, ainda de acordo com a autoridade policial e informações colhidas com familiares do estudante assassinado, Fernando não tinha nenhum envolvimento com o crime organizado. Ele não tinha passagem pela polícia e era considerado um jovem de boa índole e caráter.
O delegado Paulo Henrique informou que o antes de executarem o estudante os criminosos o submeteram ao “tribunal do crime”. Depois da ordem de execução ter sido dada por chefões da facção criminosa o mataram dentro da casa.
Muitos outros assassinatos semelhantes já ocorreram em Boa Vista e outros municípios da região Sul de Roraima. Nestes casos normalmente as vítimas são sequestradas e levadas para cativeiros, onde acontece o “julgamento” e depois são executadas no próprio cativeiro como foi o caso do estudante, ou levadas para outro local para a execução. Muitas execuções ocorreram na região do Anel Viário na Zona Oeste da capital.
Por Nonato Sousa
Fonte:Roraima em Tempo