Estação espacial chinesa executou ‘manobras evasivas’ para ‘prevenir uma potencial colisão’
A China acusou na terça-feira 28 os Estados Unidos de terem uma conduta irresponsável e insegura no espaço com satélites de Elon Musk.
Isso aconteceu depois de dois satélites operados pela SpaceX terem estado perigosamente próximos de colidirem com a nova estação espacial chinesa, a Tiangong.
“Os EUA ignoram suas obrigações sob os tratados internacionais, representando uma séria ameaça à vida e à segurança dos astronautas”, disse o porta-voz do Ministério do Exterior da China, Zhao Lijian, em uma entrevista coletiva.
A Tiangong executou “manobras evasivas” para “prevenir uma potencial colisão” com os satélites Starlink, informou o governo chinês em uma queixa enviada ao Comitê da Organização das Nações Unidas (ONU) para Usos Pacíficos do Espaço Exterior.
Os incidentes ocorreram em 1º de julho e em 21 de outubro.
A Starlink, uma divisão da SpaceX, planeja lançar cerca de dois mil satélites na órbita terrestre, que visam fornecer acesso à internet em lugares remotos do planeta.
Em seu 34º e último lançamento, realizado em 18 de dezembro, a SpaceX colocou 52 satélites em órbita.
Tratado do Espaço Exterior
A SpaceX é uma empresa privada norte-americana, independente da agência espacial civil e militar, a Nasa.
No entanto, a China alega em sua nota à ONU que os membros do Tratado do Espaço Exterior, assinado em 1967 e que é a base da lei espacial internacional, também são responsáveis pelas ações de suas entidades não governamentais.
Dirigindo-se a repórteres, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, recusou-se a responder especificamente às acusações chinesas.
“Nós encorajamos todos os países com programas espaciais a serem atores responsáveis para evitar atos que possam colocar em perigo astronautas, cosmonautas e outras pessoas que estão orbitando a Terra ou que têm potencial para isso”, disse Price.
A SpaceX não se pronunciou sobre o fato.