Revestindo a parte mais importante do corpo humano, o cérebro, estão as meninges: membranas que possuem a função de proteger o nosso sistema nervoso central. No mês de abril, quando se reforça o alerta para a importância do combate à meningite, dados do MS (Ministério da Saúde), por meio do Sinan Net (Sistema de Informação de Agravo de Notificações), mostram que o Estado de Roraima tem registrado queda nos registros nos últimos três anos.
Em 2019, Roraima registrou 22 casos confirmados; no ano passado foram contabilizadas 14 confirmações e, este ano, o sistema apresenta três casos confirmados da doença. Para a gerente do Núcleo de Controle de Meningite, Maria Daiane Rodrigues Rivero, a redução nos registros nos últimos anos é resultado do acompanhamento das ações realizadas em todo o Estado, que continuou mesmo em período de pandemia.
“O Estado tem cumprido severamente as metas e os objetivos no que diz respeito ao controle, monitoramento e avaliação de todos os casos. Nós fazemos isso junto às vigilâncias municipais, o acompanhamento dos casos notificados, e realizamos a orientação sobre como deve ser feita a investigação, além das medidas de controle e a realização de quimioprofilaxia, quando é necessário”, esclarece.
De acordo com neurologista Felipe Portela, a doença pode ser causada por bactérias, fungos ou vírus, no entanto, a mais frequente é a meningite bacteriana que, além de ser a mais grave, é infectocontagiosa e pode ser transmitida pelo ar.
“Quando se dão por bactérias, essa infecção é muito mais grave. Ela se manifesta causando febre, confusão mental, dor de cabeça e rigidez da nuca. Não dá para tratar em casa e as pessoas, quando têm esses sintomas, devem procurar o hospital imediatamente. O paciente deve ficar isolado durante as primeiras 24 horas. Lá será feito tratamento com antibiótico na veia durante alguns dias e esse paciente precisa ficar em observação em caso de piora”, complementa.
Vacinação aumenta as chances de cura
A vacinação tem como objetivo a imunização contra o tipo C da doença (meningite meningocócica), que pode evoluir para meningite e outras doenças graves causadas pelas bactérias meningocócicas. Em 2019, a cobertura vacinal alcançou 83,54% dos roraimenses e, em 2020, o alcance foi de 78,54%.
O neurologista reforça que, quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maior é a chance de recuperação e a principal forma de prevenção é tomar a vacina. “É uma doença que pode acometer desde o recém-nascido ao idoso, ou seja, ao longo de sua vida a pessoa pode ser acometida pela doença. Hoje, o que nós temos para fins de prevenção são as vacinas, que agem contra os principais agentes causadores da meningite e são disponibilizadas no SUS, por isso, a população deve estar atenta e tomar a vacina”, recomenda.
SECOM RORAIMA