Esta é uma nova onda de violência, poucos dias após o lançamento de um diálogo entre as partes em conflito patrocinado pela ONU, refere a agência de notícias France-Presse (AFP).
Segundo a agência Associated Press (AP), manifestantes, na sua maioria jovens, marcharam hoje em diferentes locais da capital do país, Cartum, e na cidade de Omdurman, e as imagens que circularam on-line mostravam uma segurança apertada. Houve também protestos na região ocidental de Darfur.
Os manifestantes exigiram a queda dos generais, no poder, e o estabelecimento de um governo totalmente civil para liderar o processo de transição política no Sudão.
As forças de segurança utilizaram gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes numa rua principal de Cartum, que conduzia ao palácio presidencial, de acordo com o movimento pró-democracia, citado pela AP.
Vídeos distribuídos nas redes sociais mostram fumo branco – aparentemente de gás lacrimogéneo – à medida que os manifestantes tentam abrigar-se e outros atiram pedras sobre as tropas.
Não houve, no entanto, até agora relatos imediatos de baixas.
O Sudão tem estado mergulhado num ciclo de violência desde que o General Abdel Fattah al-Burhane liderou um golpe de Estado, a 25 de outubro, que já levou à morte de 63 pessoas em manifestações.
O país vive um impasse político desde o golpe militar de 25 de outubro, que ocorreu dois anos após uma revolta popular remover o autocrata Omar al-Bashir e o seu Governo islamita em abril de 2019.
Sob pressão internacional, os militares reinstalaram em novembro o primeiro-ministro deposto no golpe, Abdalla Hamdok, para liderar um Governo tecnocrata, mas o acordo não envolveu o movimento pró-democracia por detrás do derrube de Al-Bashir.
Desde então, Hamdok não conseguiu formar Governo perante protestos incessantes, não só contra o golpe de Estado, mas também contra o seu acordo com os militares e acabou por se demitir há cerca de uma semana.
Por Lusa