
A cartilha ‘Tráfico de Pessoas em Roraima: Desperte para esta realidade” foi lançada pela Assembleia Legislativa de Roraima, por meio do Núcleo de Proteção, promoção e Atendimentos às Mulheres Vítimas de Tráfico de Pessoas / Foto: Platão Arantes /
O crime de tráfico de pessoas tem avançado. E como Roraima já foi citado como rota do tráfico nacional e internacional, a Assembleia Legislativa do Estado de Roraima (ALE-RR), por meio do Núcleo de Proteção, promoção e Atendimentos às Mulheres Vítimas de Tráfico de Pessoas, lançou nesta sexta-feira, 23, a cartilha ‘Tráfico de Pessoas em Roraima: Desperte para esta realidade”.
O material é todo ilustrado pelo chargista Marco Aurélio Rodrigues, de forma que se torne mais fácil para quem vai manusear, seja adulto ou criança, possa identificar situações pela qual as vítimas do crime podem passar. “O conteúdo foi elaborado por uma equipe técnica e passou por vários processos até chegar ao modelo, com o intuito de que alcance toda a sociedade roraimense, quem sabe do Brasil”, disse a assistente social, Socorro Santos, coordenadora do projeto.
A cartilha traz informações sucintas e dados informativos de como acontece esse crime no Estado. “Ela mostra a maneira como o crime é praticado, como podemos fazer para denunciar, quais os crimes que existem e quais as consequências que o tráfico humano pode trazer à vítima”, explicou Socorro.
Ela garante que o tráfico de pessoas é pior que o abuso sexual. “Eu sou especialista desde 1997 e posso dizer que o abuso causa dano, mas o tráfico humano causa muito mais porque tem todas as violências juntas, causando problemas psicológicos na mulher, que precisa fazer um tratamento muito intenso para sair dessa realidade”, explicou.
As ilustrações têm como finalidade provocar maior compreensão, aumentando também a acessibilidade e maior divulgação do material. “Quando chamamos a pessoa que fez o desenho dissemos que a parte da grafia tinha que ser casada com a parte fotográfica, não podia estar uma coisa longe da outra para que, assim, a mulher ou qualquer outra pessoa ao manusear a cartilha, possa estar atenta para essa realidade. O desenho tem o formato e motiva uma atenção maior para o adolescente, criança, professor”, esclareceu.
O material começou a ser distribuído nesta sexta-feira e, conforme Socorro, a meta é alcançar todos os órgãos públicos, sistema judiciário e de segurança, organizações não governamentais. Quem quiser ter acesso à cartilha pode ir também ao Chame, localizado Rua Coronel Pinto, 524 – Centro.
CAMPANHA
Para chamar a atenção e promover o engajamento da sociedade sobre o tráfico de pessoas, entre as ferramentas de divulgação que o Núcleo vai usar na campanha, que segue até o dia 30, está a Small Jail Box. Uma pequena caixa que simboliza uma prisão da vítima do tráfico, e está no aeroporto Internacional Atlas Catanhede, Rodoviária Internacional de Boa Vista e nos shoppings Garden e Pátio Roraima.
“Essa ferramenta já foi usada numa campanha no exterior. O caixote ficará na esteira do aeroporto junto com as bagagens e, enquanto as pessoas aguardam suas malas, se deparam com o caixote com a ilustração de uma pessoa dentro, como se tivesse presa. A ‘pequena prisão’ tem essa ilusão em 3D de uma pessoa dentro da caixa, com frases relacionadas com o tráfico, escritas em português e em outros idiomas. Ela retrata a prisão, pois a pessoa que é traficada perde o direito de ir e vir”, disse Jamille Mendonça, a internacionalista do Núcleo. O material foi todo desenvolvido pela Assembleia Legislativa de Roraima.
FONTE: SupCom/ALE-RR