A maioria dos constituintes é de oposição ao governo; novo texto deve representar guinada à social-democracia
A Carta Magna liberal do ex-presidente do Chile Augusto Pinochet (1973-1990) será extinta. No domingo 16, a população definiu os 155 legisladores que vão redigir uma nova Constituição. De centro direita, a coalização do chefe do Executivo, Sebastián Piñera, não conseguiu garantir 1/3 dos assentos no órgão. Somados, os candidatos apoiados pelo Poder Executivo conseguiram apenas 1/5 das vagas. A maioria dos representantes eleitos será de candidatos independentes e de esquerda, com 2/3 das cadeiras. Os 155 delegados terão um mandato de dois anos para elaborar o novo documento.
Segundo a “Justiça eleitoral” do país, mais de 6 milhões de votos foram emitidos, entre válidos, nulos e em branco. O país tem pouco menos de 19 milhões de habitantes. Em outubro de 2019, o Chile foi alvo de manifestações violentas capitaneadas pela extrema esquerda. Os protestos reivindicavam mais direitos sociais, que devem pautar o novo texto a ser escrito. À época, Piñera acenou aos manifestantes com medidas social-democratas e acenos populistas à oposição. No entanto, foi pressionado pela classe política a convocar o plebiscito que escolheu ontem os constituintes.
Fonte:Revista Oeste