O governo da China reiterou, nesta quinta-feira, a expectativa de que os Estados Unidos revoguem as tarifas unilaterais antes das negociações comerciais. O porta-voz do Ministério do Comércio, He Yadong, afirmou que os EUA devem demonstrar sinceridade e disposição para corrigir seus erros. A declaração ocorre antes de um encontro de alto nível entre os dois países, marcado para este fim de semana na Suíça.
O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que não está disposto a reduzir as tarifas, atualmente em 145% para a maioria dos produtos chineses. As partes estão adotando posições firmes para maximizar suas vantagens antes das negociações. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o representante de Comércio, Jamieson Greer, se reunirão com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng.
A economia dos EUA encolheu no início do ano, enquanto a China enfrenta a pior contração industrial desde dezembro de 2023. O índice oficial de gerentes de compras do setor manufatureiro sinalizou uma desaceleração significativa. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, afirmou que a determinação do país em defender seus interesses não mudará.
Reação do Mercado
Os mercados reagiram negativamente a um novo pacote de estímulos da China, que incluiu cortes nas taxas de juros e injeções de liquidez. O índice CSI 300 teve um aumento modesto de 0,61% no dia do anúncio, enquanto o índice Hang Seng de Hong Kong subiu menos de 0,4%. Analistas apontam que as preocupações com a guerra comercial e a deterioração econômica superaram o otimismo em relação às políticas de estímulo.
O governador do Banco Popular da China, Pan Gongsheng, anunciou cortes nas taxas de juros e a redução da reserva obrigatória dos bancos. Apesar das medidas, especialistas consideram que o pacote é apenas um paliativo e não resolve os problemas estruturais da economia. A desaceleração da atividade econômica na China é evidente, com o índice de gerentes de compras caindo para o menor nível em 16 meses.
As tensões comerciais entre os EUA e a China continuam a impactar as previsões de crescimento econômico. As tarifas elevadas levaram instituições financeiras a revisar suas expectativas para o crescimento da China, que agora é estimado em 4% para este ano, abaixo da meta oficial de 5%. A situação gera preocupações sobre o mercado de trabalho, com a possibilidade de demissões em setores afetados pelas tarifas.
Do Portal Tela