O Partido Comunista da China (PCCh) anunciou nesta quinta-feira (6) a suspensão parcial do diálogo econômico com a Austrália. A medida ocorre após a decisão australiana de revogar um acordo sobre o projeto chinês das “Rotas da Seda”.
As relações entre os dois países estão em declínio desde que a Austrália pediu uma investigação sobre as origens do vírus e proibiu a Huawei de construir sua rede de 5G no país.
No ano passado, a China impôs sanções a produtos australianos como vinho e carne bovina. Em um comunicado divulgado hoje (6), uma comissão do governo chinês acusou a Austrália de ter uma “mentalidade da Guerra Fria”.
Reagindo à decisão, o ministro do Comércio australiano, Dan Tehan, disse que a declaração era “decepcionante”, mas acrescentou que Canberra ainda estava aberta a discussões.
A China é o maior parceiro comercial da Austrália, respondendo por 29% do comércio do país com o mundo em 2019. O investimento chinês na Austrália despencou 61% em 2020, o menor número em seis anos, de acordo com o Banco de Dados de Investimento na Austrália da Universidade Nacional da Austrália.
Militares insinuam guerra
Segundo um relatório obtido pelo jornal Sydney Morning Herald, publicado na última quarta-feira (5), “há alta probabilidade” de ocorrer um conflito armado entre a China e a Austrália.
No documento, Adam Findlay, general e ex-comandante de Operações Especiais do Exército australiano, reconhece que a possibilidade desse confronto não “pode ser descartada”, principalmente quando o assunto é Taiwan.
O ex-comandante de Operações Especiais disse ainda que, durante seu tempo na ativa, conseguiu evidências de que o PCCh atingia a Austrália por meio de ataques hackers e espionagem em locais-chave do Poder Executivo.
Atualmente, a Austrália passa por dificuldades financeiras devido às sanções econômicas que o PCCh impôs a produtos do país.
“A gente pode concluir dessas relações que elas jamais serão somente comerciais, mas são relações de posições unilaterais. A China avança sobre outros países, não somente sobre a questão econômica, mas notadamente no controle político”, reconheceu Carlos Dias durante o Boletim da Manhã desta quinta-feira (6).
“Há provas reais de que a China quer controlar todo o sistema externo (interno ela já controla)”, apontou o analista político. “O projeto da China é expansionista em todos os sentidos”, concluiu.
Fonte:O Painel