Os sojicultores também destacaram o trabalho desenvolvido pelo Governo do Estado que possibilitou a conquista do status de livre de febre aftosa com vacinação
No sábado, dia 1º, os sojicultores de Roraima abriram oficialmente a Colheita da Soja safra 2018, na Fazenda Paraíso, no município de Bonfim. Este ano, foram plantados cerca de 40 mil hectares do grão em todo o Estado, um crescimento de 25% em relação a 2017. Os empresários do setor reconheceram que, para que esse avanço se tornasse possível, o Governo do Estado exerceu um papel fundamental com o impedimento da criação da UC (Unidade de Conservação) Lavrado. A Unidade comprometeria parte da área já plantada e impediria o crescimento conquistado nos últimos anos.
Para o agropecuarista Genor Faccio, proprietário da Fazenda Paraíso, local que sediou o evento da abertura da Colheita, o crescimento na área plantada e consequentemente de produção, deve-se ao trabalho dos empresários do setor, porém ressaltou que o Governo do Estado contribuiu com condicionantes.
“Uma das mais importantes foi justamente o impedimento da criação da UC Lavrado. Roraima é um Estado que já possui poucas áreas livres para desenvolvimento. Boa parte do nosso território está comprometido com áreas de preservação ambiental e terras indígenas. O que nos sobra é pouco e o Governo Federal de forma irresponsável ainda tentou nos tirar parte disso”, declarou.
O presidente da Comissão Organizadora da Colheita da Soja, o empresário Ermílio Paludo, destacou outro importante avanço; a conquista do status livre de febre aftosa com vacinação, que possibilitou a atração de novos investidores e o surgimento da indústria voltada para o beneficiamento desta produção.
“Todos os empresários que atuam no ramo da soja também trabalham com a criação de gado, é o que chamamos de integração lavoura-pecuária. Os avanços em um setor de certa forma refletem no outro. A partir de agora só temos a avançar”, frisou o empresário.
SOJA – A expectativa dos empresários do setor, é que seja colhida uma média de 50 sacas por hectare, totalizando dois milhões de sacas de soja.
A governadora Suely Campos ressaltou que a atual gestão foi a que mais trabalhou para o desenvolvimento do setor primário em Roraima. Além da conquista da extinção da UC Lavrado junto ao Governo Federal e do status de livre de febre aftosa com vacinação, ela destacou outros avanços. “Até 2050, os empresário do setor produtivo têm isenção de ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] na compra de combustível, maquinário e insumos agrícolas. Isso já proporciona uma margem de lucro um pouco maior, que pode ser reinvestida para um maior crescimento”, pontuou.
Na regularização fundiária, Suely também destacou a transferência de 4,6 milhões de hectares da União para o Estado. “Também já emitimos mais de 2,5 mil títulos de posse, entre Autorizações de Ocupação e Títulos Definitivos. Nem todos são definitivos, pois infelizmente o Governo Federal, por meio do CDN [Conselho de Defesa Nacional], insiste em não liberar o assentimento prévio para que possamos titular essas áreas de forma definitiva”, disse.
Outras conquistas ressaltadas pela chefe do Executivo foi a emissão de mais de 240 mil licenciamentos ambientais para produção, expedidos pela Femarh (Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos).
“Todo esse trabalho proporciona esse desenvolvimento do setor primário, que caminha para se tornar a nossa principal matriz econômica. Ainda temos muito o que fazer, porém ficamos limitados devido ao pagamento, todos os meses, de mais de R$ 22 milhões em dívidas da gestão anterior. Com esse recurso à disposição, estaríamos fazendo muito mais”, concluiu.
ISAQUE SANTIAGO
Foto: Neto Figueredo