A primeira etapa da Campanha de vacinação contra a febre aftosa de 2020 obteve um número relevante de animais imunizados em Roraima. Apesar dos problemas decorrentes da pandemia do Coronavírus (COVID-19) foram vacinados 863.898 bovídeos (bovinos e bubalinos), totalizando 97,9% do rebanho do Estado.
A vacina contra a febre aftosa começou a ser aplicada no começo do mês de abril com a previsão de ir até o dia 30, mas o prazo foi prorrogado para 15 de maio, por causa da obrigatoriedade do isolamento social.
Conforme ressaltou o presidente da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima, Gelb Platão, o comprometimento do Governo de Roraima, produtores e técnicos da Aderr foi importante para que a vacinação obtivesse um número seguro de imunização, confirmando mais uma vez a força do trabalho e parceria dos envolvidos.
O município de São Luiz vacinou 100% do rebanho, seguido por Amajari com 99,60%, São João da Baliza 99,54%, Caroebe 99,53%, Boa Vista 99,50%, Alto Alegre 99,47%, Caracaraí 99,27%, Rorainópolis 99,2%, Mucajaí 98,83%, Bonfim 98,565, Cantá 97,44%, Iracema 97,29%, Normandia 75,91%, Pacaraima 75,38% e Uiramutã 65,89%.
Dificuldades da Campanha
Muitas dificuldades foram enfrentadas para levar adiante a Campanha, pois quando foi iniciada o Brasil começava também a luta para frear o avanço da pandemia. Mas o trabalho foi em frente com o apoio de muitos colaboradores, que entenderam a necessidade de vacinar o rebanho e manter Roraima livre da febre aftosa.
Um caso que serve de exemplo da dedicação e compromisso para levar adiante a Campanha aconteceu nas terras indígenas. Nos Municípios de Pacaraima, Normandia e Uiramutã os índios, para se protegerem contra o Coronavírus, não permitiram o trabalho da Agulha Oficial, que é quando os técnicos da Aderr, Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Funai (Fundação Nacional do Índio) vão para as comunidades vacinar o rebanho de cerca de 56 mil animais.
Para contornar esse problema e dar continuidade à Campanha, os indígenas se dispuseram a ir buscar as vacinas que estavam disponíveis nas UDA (Unidades de Defesa Agropecuária). Essa logística conseguiu resolver a situação, deixando a cargo dos próprios índios a incumbência de vacinar o gado. Muitos membros dessas comunidades foram capacitados pela Aderr em cursos de agentes vacinadores, o que foi fundamental para o momento.
“Mesmo os indígenas desses Municípios com o isolamento social decretado por suas lideranças, eles se comprometeram e foram buscar as vacinas nos postos de distribuição instalados em Pacaraima, Normandia e Uiramutã. Os números não são os ideais dessas localidades, mas consideramos uma grande vitória, pois demonstram o quanto as comunidades valorizam seus rebanhos”, destacou Marcos Duarte, chefe do Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa da Aderr.