60 militares da Força Nacional de Segurança farão o patrulhamento na fronteira e nas ruas de Pacaraima e Boa Vista
Em reunião ocorrida na tarde de ontem, 29, na 1ª Brigada de Infantaria e Selva, foram discutidas as atribuições dos organismos de segurança estadual e federal com base no decreto da GLO (Garantia da Lei e da Ordem). Ficou definido que as Forças Armadas não vão interferir nas ações de rotina das polícias Militar e Civil de Roraima. O trabalho do Exército será feito na fronteira, no maior controle no ingresso de imigrantes e no entorno dos abrigos em Boa Vista e Pacaraima.
Participaram das discussões, além de militares das Forças Armadas, representantes do Governo do Estado, dentre eles, o comandante da Polícia Militar de Roraima, coronel Edison Prola, o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Doriedson Ribeiro, a delegada Geral de Polícia Civil, Giuliana Castro, a secretária de Segurança, Haydée Magalhães, o secretário de Justiça e Cidadania, coronel Paulo Roberto Macedo, o secretário-Chefe da Casa Civil, Frederico Linhares, bem como representantes da Polícia Federal, Policia Rodoviária Federal, Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Força Nacional de Segurança e Ala 7 (Aeronáutica).
Segundo Frederico Linhares, os serviços de rotina das polícias estaduais, Civil e Militar, seguem normalmente, com viaturas nas ruas, com policiamento ostensivo, além dos serviços de inteligência e investigações em andamento. “Os militares da Força Nacional de Segurança, que estão no Estado atendendo a um pedido feito pela governadora Suely Campos, vão patrulhar a fronteira com a Venezuela, o entorno dos abrigos de Pacaraima e de Boa Vista, e algumas áreas onde a mancha criminal é mais evidente”, disse.
O emprego das Forças Armadas, conforme estabelecido no decreto da Garantia da Lei e da Ordem, assinado anteontem pelo presidente Michel Temer, ficará limitada às atribuições federais, atuando em parceria com as forças estaduais, não havendo nenhum controle na segurança pública do Estado nem subordinando a Polícia Militar ou a Polícia Civil ao Exército. A medida terá duração de 15 dias e vai contar também com o apoio da Força Nacional de Segurança no patrulhamento da BR-174.
Linhares considera que o decreto é limitado e não atinge de maneira efetiva as necessidades do Estado. “Nós entendemos que efetivamente, o GLO é uma ação que não soluciona o problema de fato, ou seja, o efetivo serviço público a essa população de imigrantes. É uma ação pontual e muito rápida que vence no dia 12 de setembro, de modo que o legado disso é muito pouco, em relação a um problema que precisa ter uma solução de longo e médio prazos. Hoje a grande prioridade são recursos para a saúde e um hospital de campanha em Boa Vista”, acrescentou.
PEDIDOS – Desde o ano passado a governadora Suely Campos vem solicitando apoio mais efetivo do Governo Federal no gerenciamento da crise. Este mês, o Governo de Roraima reiterou o pedido de apoio e encaminhou ofício contendo 10 medidas para mitigar os efeitos da crise. Dentre as medidas, o ressarcimento imediato de R$ 184 milhões referente a gastos extraordinários do governo de Roraima com os imigrantes nas áreas de saúde, educação e segurança.
Foto: Neto Figueredo