A Human Rights Watch (HRW) apelou hoje ao Governo do Níger, liderado por Mohamed Bazoum, para investigar assassinatos alegadamente cometidos por grupos rebeldes e pelas forças de segurança contra centenas de civis.
Numa carta aos novos ministros da Justiça e Defesa do Níger, a HRW afirmou a necessidade de se priorizar a investigação a “alegados crimes de guerra” cometidos por todas as partes em conflito no país, assim como a responsabilização dos perpetradores, segundo a agência noticiosa Efe. Os assassinatos realizados por grupos armados mataram já mais de 310 civis este ano.
A organização não-governamental apelou ao Governo nigerino para investigar 18 relatos de abusos graves cometidos por grupos armados islâmicos e forças de segurança nas regiões de Tillabéri e Tahoua, na fronteira com Mali e Burkina Faso, desde outubro de 2019.
A HRW disse ainda ter constatado que as forças de segurança podem ser responsáveis por pelo menos 185 das 496 execuções verificadas.
Ao mesmo tempo, a HRW relatou que, desde 2015, os grupos fundamentalistas islâmicos no país mataram centenas de civis, executando trabalhadores de ajuda humanitária e chefes de aldeia, visando também agentes eleitorais e escolas.
As regiões de Tillabéri, Diffa e Tahoua são palco regular de ataques terroristas que resultam frequentemente em grandes números de mortos entre militares e civis.
O mais recente ataque na região data de 21 de março, quando um grupo de homens armados em motas e carros atacou a população de várias aldeias em Tillia, em Tahoua, provocando pelo menos 137 mortos.
De acordo com as Nações Unidas, em 2020, a região de Tillabéri registou 292 “incidentes de segurança” que resultaram na morte de 200 civis.
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