A partir de agora, estes municípios estão livre para comercializarem frutas com o Amazonas e demais Estados Brasileiros

Onze municípios de Roraima estão liberados para comercializarem frutas como caju e manga para o Amazonas e demais Estados da Federação. A medida foi publicada por meio de Resolução nesta quarta-feira, 16, pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), no Diário Oficial da União.
A Resolução 3 estabeleceu como área sobre quarentena para a praga quarentenária Bactocera Carambola e, popularmente conhecida como Mosca da Carambola, os municípios de Uiramutã, Pacaraima, Normandia e Amajari.
Podem comercializar as frutas os municípios de Alto Alegre, Boa Vista, Cantá, Caracaraí, Mucajaí, São João da Baliza, Caroebe, São Luís do Anauá, Rorainópolis, Bonfim e Iracema.
O presidente da Aderr, Gelb Platão, afirmou que a nova conquista só se tornou possível devido aos investimentos do Governo do Estado na órgão de defesa. “Nos últimos três anos, a governadora Suely Campos determinou um investimento superior a R$ 10 milhões. Com esse recurso pudemos adquirir viaturas que viabilizaram a atuação de nossos técnicos no interior do Estado.
Desde 2010 Roraima estava impedido de vender frutas pada outros Estados. Segundo o coordenador de Defesa Vegetal da Aderr (Agência de Defesa Agropecuária de Roraima), Luiz Estrella, o Estado estava impedido de exportar as frutas passíveis de hospedar a praga desde 2010. “Durante estes oito anos em que ficamos impedidos de exportar esses frutos, deixamos de ganhar R$ 20 milhões mensais, que poderão ser retomados a partir de agora”, disse.
Ele lembrou que o município de Boa Vista já era considerado livre da praga devido as propriedades da região estarem adequadas a Instrução Normativa 28, do Mapa, que dá as normas para a exportação dos frutos. O texto determina que o produtor crie uma unidade de produção para o acompanhamento de um responsável técnico que fará o monitoramento de armadilhas para pegar a mosca dentro da propriedade.
“Com base na análise desta propriedade, o profissional concede um selo declarando aquela área está livre da praga. Muitos podem considerar uma burocracia, mas é necessária para garantir a rastreabilidade do produto para que assim se conheça a sua origem, dando mais credibilidade”, disse.
Para garantir que a praga não volte a se espalhar, a Resolução 3 estabelece o município de Boa Vista como zona tampão, exceto nas comunidades indígenas pertencentes à reserva São Marcos e ao município de Bonfim, até o limite com o Cantá. “É uma área estabelecida com o objetivo de filtrar os impactos negativos das atividades que ocorrem fora dela, no caso a da mosca da carambola”, disse Estrella.
INVESTIMENTOS – Os investimentos do Governo do Estado contribuíram para a mudança de status. A Aderr passou de 22 veículos para 45 viaturas que facilitam levar assistência técnica aos produtores rurais.
Também houve reforço nos recursos humanos com a convocação de 172 servidores aprovados no último concurso para o preenchimento de vagas no órgão. “Todos esses investimentos possibilitaram não só a conquista em relação a praga da mosca da carambola, mas também possibilitou que nos tornássemos livre de aftosa com vacinação”, pontuou Platão.
Ele destacou ainda a importância do trabalho realizado pelo Mapa. “É bom tornar público um agradecimento à Equipe técnica do Ministério da Agricultura que foi primordial no entendimento e na compreensão dos problemas locais de Roraima com relação essa praga. “Nos deram condições para que tivéssemos soluções técnicas conscientes e baseadas na credibilidade de um processo de certificação”, enfatizou.
ISAQUE SANTIAGO
Foto: Secom