Matéria: G1/Globo
Fotos: Jornal O Painel
Ação ‘Cartas Marcadas’ apura lavagem de dinheiro e fraudes em licitações.
Ao todo, 45 mandados são cumpridos; 11 são de prisão preventiva.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Roraima (MPRR) cumpre na manhã desta quarta-feira (15) 45 mandados de busca e apreensão, prisão e condução coercitiva em Boa Vista. A Operação ‘Cartas Marcadas’ tem o objetivo de desarticular um esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR).
Segundo as investigações do Gaeco, as irregularidades ocorreram em licitações para contratação de serviços e aquisição de materiais a partir de fevereiro de 2013. O esquema envolve pelo menos seis contratos públicos que totalizam mais de R$ 8 milhões de reais.
O G1 entrou em contato com a assessoria da Assembleia e aguarda retorno.
Conforme o Gaeco, o esquema envolve diretamente três servidores públicos, sendo um deles a Presidente da Comissão Permanente de Licitação (CPL) da ALE-RR, Verona Sampaio Rocha Lima. A Assembleia Legislativa é alvo de busca e apreensão por parte do Gaeco, além de residências e escritórios de contabilidade.
O contexto investigatório até então produzido evidenciou, de acordo com o Gaeco, elementos probatórios que apontam para “um quadro de corrupção sistêmica, nos quais ajustes fraudulentos para obtenção de contratos públicos passaram a ser rotina e encarados pelos investigados como a regra do jogo”.
Mandados
No total são 45 ordens judiciais, todas expedidas pela Juíza da Vara de Crimes de Tráfico de Drogas, Decorrentes de Organização Criminosa, Lavagem de Capitais e Habeas Corpus – Dra. Daniela Schirato Collesi Minholi, sendo 11 de prisão preventiva, 23 de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva que estão sendo cumpridos em Boa Vista.
Também foi deferido pela Justiça o sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados que se locupletavam com as fraudes, além de outras medidas cautelares.
Para o cumprimento de todos os mandados o GAECO contou com o apoio e participação da Secretaria de Segurança Pública (Laboratório de Lavagem de Dinheiro-LAB), Polícia Rodoviária Federal e Polícia Militar.