MPRR investiga suposto envolvimento de parlamentar, chefe de gabinete e um assessor com uma facção criminosa. Há mandados de busca e apreensão e de prisão.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou na manhã desta terça-feira (6) a “Operação Soturno”. A ação mira um vereador e servidores da Câmara Municipal de Boa Vista suspeitos de envolvimento com uma facção criminosa, e esquema de desvio de dinheiro público.
As apurações do Gaeco apontam, inicialmente, o envolvimento de um vereador no exercício do mandato, um chefe de gabinete e um assessor, além de integrantes de organização criminosa.
No total são 17 ordens judiciais, todas expedidas pela Juíza da Vara de Crimes de Tráfico de Drogas, decorrentes de Organização Criminosa, Lavagem de Capitais e Habeas Corpus. Três são de prisão preventiva e nove de busca e apreensão, que estão sendo cumpridos em Boa Vista, além do afastamento do cargo do parlamentar e dos servidores.
Por volta das 9h, policiais militares e integrantes do Gaeco estiveram na Câmara. Eles foram ao gabinete do verador Wagner Feitosa (SD), setor de recursos humanos e na sala da Comissão Permanente de Licitação da casa. A Câmara ainda não se pronunciou sobre o caso.
As investigações tiveram início em abril de 2017, após o comparecimento espontâneo de um ex-servidor comissionado da Câmara no Ministério Público de Roraima noticiando diversos fatos criminosos praticados em benefício do vereador.
Ainda de acordo com o Gaeco, no decorrer das investigações foi apurado o envolvimento do parlamentar municipal com facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios e que teria patrocinado a campanha política dele.
Durante as diligências foram constatadas fraudes na utilização da verba de gabinete para locação de veículos e outros desvios de dinheiro público, bem como a tentativa de cooptação de um servidor do Gaeco na busca informações privilegiadas a respeito dos fatos.
Foi também deferido pela Justiça o sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados, frutos do enriquecimento ilícito, além de outras medidas cautelares.
Para o cumprimento de todos os mandados o Gaeco contou com o apoio e participação do Gabinete de Segurança Institucional do MPRR e da Polícia Militar. O nome da operação se refere a algo que está imerso em trevas e que age na escuridão.
Os envolvidos são investigados pela prática dos crimes de falsidade ideológica, peculato, corrupção, concussão, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O processo corre em segredo de justiça para garantir o cumprimento de todos os mandados.
Por G1 RR