Dos 50 detentos suspeitos, sete já foram ouvidos, segundo a titular da DGH.
No domingo (16), conflito na Penitenciária Agrícola deixou 10 mortos.

Cerca de 50 detentos são suspeitos de terem assassinado dez presos durante um confronto entre facções na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, conforme informou nesta segunda-feira (24) a delegada titular da Delegacia Geral de Homicídios (DGH), Miriam Di Manso.
Em entrevista ao G1 a delegada disse que do total de suspeitos, sete foram ouvidos nesta segunda e os outros devem prestar depoimento ainda esta semana. Familiares e outras pessoas que presenciaram os crimes também serão ouvidas.
O conflito dentro do maior presídio do estado ocorreu no domingo (16) durante o horário de visitas. Além dos dez presos mortos, outros seis detentos ficaram feridos. Na ocasião, cerca de 100 familiares foram feitos reféns por cinco horas.
“Já recebemos informações com relação as identificações dos suspeitos e ainda estamos investigando. Temos uma relação de pelo menos 50 presos suspeitos de terem cometido os homicídios”, disse Mirian.
Além dos depoimentos, a DGH também aguarda a conclusão dos exames, para dar andamento às investigações.
Os levantamentos seguem por tempo indeterminado e os envolvidos podem responder por homicídio e associação criminosa.
“Estamos aguardando os laudos dos exames cadavéricos das vítimas, assim como será ser feito exame de DNA para identificar quatro delas”, explicou a delegada.
Confronto entre facções em Roraima
No domingo (16), foi registrado um conflito entre facções criminosas na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo que resultou na morte de dez presos e seis feridos. Na ocasião, cerca de 100 familiares foram feitos reféns por cinco horas.
A confusão na Penitenciária começou por volta das 15h (17h de Brasília) do domingo, quando homens da ala 13 quebraram os cadeados e invadiram a ala 12. A briga entre os presos ocorreu durante o horário de visitas.
O secretário de Justiça Uziel Castro disse que as mortes na penitenciária foram ordem de uma facção criminosa de São Paulo, que está em guerra contra outra, do Rio de Janeiro. “Todo o sistema penitenciário do Brasil estava ciente que isso ia ocorrer”, declarou.
Na quinta-feira (20), foi registrada uma rebelião na Cadeia Pública de Boa Vista. De acordo com o diretor da unidade, os detentos queimaram colchões, as paredes de algumas alas e fizeram um detento de refém, porém ele foi solto logo após a entrada dos policiais na Cadeia.
Na madrugada de sexta (21), cerca de 80 detentos da Penitenciária foram levados para o Centro de Progressão de Pena (CPP) e no sábado (22) um grupo de detentos foi transferido da Cadeia Pública para a Penitenciária Agrícola.
Ainda no sábado, o preso Frank Ferreira Brito, de 35 anos, foi encontrado decapitado dentro da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo. Ele foi o 11º detento a morrer na unidade desde o confronto entre duas facções rivais no presídio.
FONTE: G1