Lixo jogado inadequadamente nas ruas é o principal problema.
Quando o período de chuvas chega a Boa Vista é comum que as pessoas prestem mais atenção na infraestrutura das ruas e avenidas. Mas para que os transtornos sejam os menores possíveis, a Prefeitura de Boa Vista trabalha durante o ano todo com as equipes do Patrulha da Chuva que fazem a retirada de lixo, desentupimento de bueiros, limpeza de bocas de lobo, mini-drenagem e operação Tapa Buracos. Apenas neste ano, já foram retiradas mais de 20 toneladas de lixo dos canais de escoamento. Esse material foi descartado pelos moradores de forma inadequada e com as chuvas foi parar dentro dos canais.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), entre 9h da manhã de domingo (7) e 9h de segunda-feira (8), foram acumulados 79 milímetros de chuva, a maior chuva em 24h deste ano. A Central de Atendimento ao Cidadão 156 registrou muitos chamados, todos atendidos pelas equipes do Patrulha da Chuva, e a maioria deles se tratava de ruas com bueiros entupidos.
De acordo com a prefeita Teresa Surita, para manter a cidade limpa e evitar que a água das chuvas fique acumulada durante muito tempo nas ruas, é necessária a colaboração dos moradores. “Precisamos que a população se conscientize e nos ajude a manter a cidade em ordem, principalmente nesse período que, por conta do lixo jogado nas ruas e nas calçadas, as bocas de lobo ficam entupidas e dificulta a passagem das águas e muita gente acaba prejudicada”, ressaltou.
“Temos consciência de que muitas ruas da cidade precisam de asfalto e recapeamento e nós vamos continuar trabalhando para fazer essas obras. Já avançamos muito, resolvemos mais de 20 pontos críticos de alagamentos e fizemos mais de 90 quilômetros de asfalto nos últimos anos. Peço a ajuda de todos neste período. Não jogue galhada e lixo na rua, eles impedem o escoamento. Qualquer emergência é só solicitar a patrulha da chuva pela central 156”, finalizou a prefeita.
O secretário de Serviços Públicos e Meio Ambiente, Daniel Peixoto, também reforçou o pedido para maior conscientização quanto ao papel de cada cidadão. “Sem a cooperação dos moradores, nosso trabalho fica comprometido. Retiramos diariamente das bocas de lobos garrafas pet, latas, sacolas plásticas, e até mesmo resto de material de construção que fica pelas calçadas”, disse.
Este ano, o Patrulha da Chuva dividiu a cidade em cinco áreas. Nelas, 80 pontos estão sendo monitorados diariamente. A média de chuva prevista para a capital, que era de 213 milímetros para o mês, foi superada apenas em oito dias. Do dia 1º ao dia 8, foram acumulados 222,1 milímetros de chuva, 4% acima da média prevista, conforme o site Climatempo.
“Na rua Arapari, bairro Caçari, foi feita a ampliação e limpeza de uma vala que existia no local. O serviço é paliativo mas irá minimizar os transtornos dos moradores da rua Luiza Malaquias. Para se ter uma ideia, dentre o lixo retirado na rua CC1, no Conjunto Cidadão, havia até carcaça de sofá, de fogão e geladeira, além de garrafas e sacolas”, exemplificou o secretário Daniel Peixoto.
Na rua Aruanã, no bairro Santa Tereza, foi feita micro-drenagem para auxiliar o escoamento da água. O local ainda receberá os serviços de sarjeta e tapa-buracos. Outro ponto que recebe a atuação do Patrulha da Chuva é o Conjunto Cidadão. Nas ruas CC1 e CC31, as equipes de limpeza têm encontrado dificuldade para desentupir os bueiros devido à grande quantidade de lixo jogado no local. Parte do lixo acabou indo parar dentro da tubulação, comprometendo a drenagem e fazendo com que a água ficasse acumulada, prejudicando quem também trafega pelas ruas que cruzam a CC1.
“É comum ver as pessoas jogando lixo aqui, cachorro morto, sem nenhuma preocupação. Não adianta uns terem consciência e outros não, porque todos os moradores da rua vão sofrer com essa atitude. Com a última chuva entrou água até no meu quintal, porque havia muito lixo na rua e a água não tinha para onde ir, coisa que nunca tinha acontecido antes. O pior é que quando vamos reclamar ainda tem gente que acha ruim”, contou a moradora da rua CC34, Ângela Maria.