O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, afirmou na última segunda-feira (19) em seu Twitter que não há temas que não possam ser discutidos no Congresso, ao se referir às discussões sobre o regime de semipresidencialismo.
“Podemos, sim, discutir o semipresidencialismo, que só valeria para as eleições de 2026, como qualquer outra ideia que diminua a instabilidade crônica que o Brasil vive há muito tempo”, afirmou o presidente da Câmara, que completou: “Esse é o nosso trabalho, essa é a nossa obrigação”.
Segundo Lira, “acabou a época de projetos esquecidos nas gavetas e o semipresidencialismo é mais um desses. Surgiu antes da crise atual. Não é invenção minha”, acrescentou.
Arthur Lira também declarou que, como presidente da Câmara dos Deputados, estimula o debate e a busca de soluções para os problemas do país. A discussão do novo regime, seria para Lira, um meio para fugir da instabilidade politica do país.
Na avaliação de Lira, há um descompasso entre a Constituição – que foi redigida com o pressuposto de que o regime seria parlamentarista – e o governo – que é presidencialista – portanto, uma solução seria adotar novo sistema político.
O ex-presidente Michel Temer também se posicionou a favor da implementação do semipresidencialismo já a partir de 2026. A afirmação foi dada durante entrevista à CNN Brasil nessa terça-feira (20).
Na avaliação de Temer, o presidencialismo está “roto” e “esfarrapado” e a mudança do sistema atual seria “a grande reforma política”.
“Basta verificar os inúmeros pedidos de impeachment de todos os presidentes”, alegou o ex-presidente.
“É o ideal – que seja aprovado para 2026. Mas quem tem de definir esse assunto é o Congresso Nacional”, acrescentou.
A proposta de adoção de um novo regime é vista com desconfiança, pois há um possível interesse do Congresso Nacional em possuir um controle absoluto sobre o Orçamento.
O jornalista Allan dos Santos, durante o Boletim da Noite de terça-feira (20), criticou a iniciativa dos políticos que são a favor de um novo regime como o do semipresidencialismo.
“Eles querem se preocupar com o fim do presidencialismo porque o Bolsonaro está no poder, essa é a real intenção do debate. Porque se o Bolsonaro se candidatar novamente ele ganha, e se existir algum tipo de fraude vai gerar barulho, ficará complicado de conduzir. Não tem ninguém preocupado com o Brasil”, concluiu Allan dos Santos.
Fonte:Terça Livre