

Os acidentes de trânsito, traumas e violência urbana continuam sendo a maioria das ocorrências atendidas pelo Samu (Serviço Móvel de Urgência e Emergência), representando 41% da demanda recebida pela Central de Regulação. Em 2016, foram realizados 25.213 atendimentos pela unidade, o equivalente a 70 casos por dia.
O Samu deve ser acionado em situações de emergência, com risco de morte, sequela ou sofrimento intenso. As vítimas são transportadas com acompanhamento de profissionais de saúde até o hospital. Além disso, o serviço também realiza transferências inter-hospitalares e intermunicipais de pacientes graves.
Outra demanda expressiva de atendimentos é em casos de pacientes em situações graves clínicas, ou seja, não causadas por fatores externos. No ano passado, estas ocorrências representaram 20% do total, somando 5.223 casos como problemas cardiovasculares, infarto do miocárdio, AVC (Acidente Vascular Cerebral) e crises respiratórias; além de outros 980 em casos foram de emergência obstétrica.
Segundo o diretor em exercício da Central de Regulação das Urgências Médicas, José Helinaldo Costa, embora o Samu seja voltado para situações de urgência e emergência, muitas pessoas acionam o serviço em casos menos graves.
No ano passado esse tipo de ocorrência foi responsável por 8.462 ligações. A maioria destes casos é resolvida com orientações do médico regulador pelo telefone, sem necessidade de envio de uma equipe médica ao local.
“Existem quatro ambulâncias para atender as ocorrências na Capital. Muitas vezes o estado clínico da vítima não requer o envio de uma equipe médica. Passamos todas as orientações necessárias, mas é importante que a população entenda que o Samu é voltado para casos de urgência, pois um chamado desnecessário pode prejudicar outra pessoa que necessite do atendimento com risco de morte”, explicou Costa.
O diretor explicou que são classificados como situações de urgência: acidentes de trânsito, perfuração por arma branca e arma de fogo, queda de alturas, queimadura, espancamento, tentativa de suicídio, causas obstétricas em casos de pré-eclâmpsia (pressão alta), acidente de trabalho, entre outros.
O atendimento do Samu pode ser acessado pelo número 192, a partir de qualquer telefone fixo ou móvel. A ligação é atendida por técnicos, que identificam a emergência e coletam as primeiras informações sobre as vítimas e sua localização. Em seguida, as chamadas são remetidas ao médico regulador, que presta orientações às vítimas e aciona as ambulâncias quando necessário.
TROTES – Outro desafio para o Samu é lidar com os trotes. Em 2016, a Central Estadual do Samu, recebeu 23.467 ligações equivalentes a 65 por dia. A depender do dia, a central chega a receber de 10 a 15 trotes por dia, feito principalmente por crianças em idade escolar.
Apesar da apuração realizada pelos apuradores, em 2016 a equipe chegou a ser enganada por três vezes, indo ao local informado sem que houvesse qualquer incidente. “Isso compromete o serviço médico para as outras pessoas que realmente precisam do atendimento naquele horário”, disse.
Para combater o alto índice de trotes, a Central está elaborando um projeto educativo com intuito de informar a população, sobretudo as crianças, sobre o papel do Samu e sobre como esta “brincadeira” pode colocar vidas em risco.