Nova fronteira agrícola brasileira, Estado reúne elementos atraentes a novos investidores, mas precisa resolver gargalos que impedem o desenvolvimento
Nos último anos, Roraima têm experimentado o crescimento, ainda que tímido, nos números que envolvem o agronegócio. Em 2017, a área plantada de soja aumentou 28% em comparação a 2016, passando de 25 mil para 32 mil hectares. Em 2018 a expectativa é passar do 50 mil hectares cultivados.
Seguindo o calendário norte-americano (plantio entre maio e junho) por estar acima da Linha do Equador, as lavouras roraimenses seguem o inverso do restante do Brasil.
Responsáveis por esse crescimento, produtores já radicados há muitos anos no Estado e outros que chegaram a pouco tempo, investem na cultura de grãos como soja, milho e arroz, mesclados com o cultivo de capim para engorda de gado, no período da entressafra ou até como uma segunda safra.
Presidente da Comissão da Colheita da Soja e diretor-presidente do Frigo 10, Antônio Denarium aponta fatores que tornam Roraima, uma das opções mais atraentes no país para quem quer investir no agronegócio.
“Contamos com fatores climáticos favoráveis como luminosidade ideal associada a temperatura média e período de chuvas regulares que coincide com o desenvolvimento das culturas, fazendo de Roraima, o paraíso da fotossíntese, aumentando a produtividade e reduzindo o ciclo de produção”, explicou.
Em Roraima a correção do solo não requer muito investimento. O nosso grão de soja contém 23% de teor de óleo, enquanto na Argentina é de 18%, ficando entre 20 e 21%, no Mato Grosso. “Nossos grãos têm mais proteínas, o brix de nossas frutas é mais elevado. Com irrigação é possível ter três ou quatro safras anuais”.
Além disso o Estado conta com uma logística diferenciada para escoamento da produção, pelo porto de Itacoatiara, no Amazonas, além de vislumbrar uma nova saída por meio do porto de Gorgetown, com a construção da rodovia que liga Roraima a Linden, na Guiana, que pode diminuir em até 15 dias, o transporte para mercados internacionais.
Pela BR-174, a produção pode ser escoada para Manaus em apenas um dia, e estar à disposição para o transporte fluvial e marítimo par Ásia e Europa. E se concretizado o asfaltamento da estrada que liga a fronteira Brasil/Guiana com Linden, os custos com logística poderão se tornar ainda mais competitivos.
Denarium aponta outros fatores determinantes para o sucesso da atividade no Estado: o potencial de uma segunda safra anual, mudança de cultura na entressafra, ou até mesmo, o plantio de capim ou aproveitamento da resteva, após a colheita da soja.
LAVOURA-PECUÁRIA – A integração da lavoura-pecuária já é uma realidade, que está atraindo os olhares de produtores e criadores de todo o Brasil. “Só precisamos resolver os gargalos que ainda atrapalham o desenvolvimento do agronegócio no Estado, como a falta de energia elétrica confiável, regularização fundiária e investimentos públicos para incentivar a atração novos produtores e a agricultura familiar e indígena”, ressaltou.
Com um rebanho estimado em cerca de 1 milhão de cabeças de gado livres de aftosa com vacinação, o próximo passo é conquistar os mercados internacionais. Há espaço para o grande e o pequeno. “Agricultor ou pecuarista, não importa. São eles quem vão alavancar o desenvolvimento do nosso Estado. É preciso apenas incentivo e políticas públicas eficientes para que esse cenário se transforme em realidade. Temos crescido 30% ao ano e vamos manter essa taxa, com mais investimentos dos atuais e novos empreendedores que estão chegando”.
Com essa convicção nas potencialidades, o setor produtivo trabalha com firme propósito de criar um ambiente favorável ao empreendedorismo. Para Denarium é preciso aprimorar o mercado, políticas setoriais, crédito e tecnologia. Nesse contexto, o zoneamento ecológico-econômico representa o planejamento e o ordenamento territorial imprescindíveis ao desenvolvimento do setor.
“A regularização fundiária representa a segurança jurídica para produzir e buscar financiamentos. Energia e estradas, competitividade e mercados. Com a união do empreendedores e do poder público, poderemos fazer de Roraima, uma terra de oportunidades para todos”, finalizou.
Assessoria de Comunicação/Antonio Denarium