O presidente do parlamento da Venezuela e autoproclamado Presidente interino do país, Juan Guaidó, acusou hoje o regime do Presidente Nicolás Maduro de “terrorismo de Estado” para acabar com a oposição.
“O que vemos hoje é terror, a disseminação do terror, que é tudo o que resta ao regime de Maduro”, afirmou Guaidó em Caracas, em entrevista ao jornal britânico The Guardian, divulgada hoje na edição ‘online’.
O regime ripostou considerando que estava em curso uma tentativa de golpe de Estado.
Pelo menos três opositores a Maduro estão refugiados em embaixadas. E a oposição venezuelana exige uma “prova de vida” do vice-presidente do parlamento, Edgar Zambrano, cujo paradeiro é desconhecido há mais de três dias.
Em 10 de maio, um tribunal com jurisdição em casos de terrorismo ordenou que o vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, onde a oposição detém a maioria, ficasse em prisão preventiva.
Zambrano, que é tido como o braço direito de Juan Guaidó, foi acusado de estar envolvido com um grupo de militares e civis que a 30 de abril declararam apoio a uma mudança de regime.
Juan Guaidó, 35 anos, jurou assumir as funções de presidente interino a 23 de janeiro e prometeu formar um Governo de transição e organizar eleições livres.
Contou de imediato com o apoio de mais de 50 países, incluindo os EUA e a maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, que o reconheceram como presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.
Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
À crise política na Venezuela soma-se uma grave crise económica e social, que já levou mais de 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, de acordo com dados da ONU.
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