Em uma reviravolta que marca o fim de uma era iniciada pela pandemia de Covid-19, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu proibir a venda do álcool líquido 70%, um produto que se tornou essencial no combate à disseminação do vírus. Essa medida sinaliza uma mudança significativa nas políticas de saúde e segurança, refletindo o progresso na luta contra a pandemia e a reavaliação de riscos associados ao produto.
No auge da crise sanitária em 2020, a Anvisa liberou a venda de álcool líquido 70% como uma estratégia emergencial para facilitar a higienização e a desinfecção, dada a escassez de alternativas como o álcool em gel. Esse movimento foi recebido com alívio por muitos, transformando o produto em um aliado poderoso para famílias e profissionais de saúde. Contudo, o fim da autorização em dezembro do ano passado trouxe o assunto de volta à pauta, culminando na decisão recente da Anvisa.
A decisão não significa, porém, um retorno imediato à proibição total. Estabelecimentos que ainda possuem estoques do álcool líquido 70% têm até o final de abril para vendê-los, garantindo uma transição suave para consumidores e varejistas. Após essa data, somente a versão em gel do álcool 70% permanecerá liberada para comercialização, um movimento que a Anvisa justifica com base na segurança.
A preocupação com a segurança não é infundada. O álcool líquido 70% é notoriamente mais inflamável do que sua contraparte em gel, levando a Anvisa a proibir sua venda pela primeira vez em 2002 após uma série de acidentes. Essa característica perigosa ressalta a importância de medidas regulatórias rigorosas, especialmente em um contexto doméstico.
Este episódio reforça a necessidade de equilibrar medidas de saúde pública com a segurança dos consumidores, uma lição que a pandemia tornou ainda mais crítica. A decisão da Anvisa reflete um compromisso contínuo com a proteção da população, ao mesmo tempo em que ressalta os desafios de responder a crises sanitárias com eficácia e responsabilidade.
Para a população, o recado é claro: a prevenção continua sendo a melhor estratégia. O uso do álcool em gel 70%, juntamente com outras práticas de higiene recomendadas pelas autoridades de saúde, permanece como uma das formas mais eficazes de proteger a si mesmo e aos outros.
Enquanto nos despedimos do álcool líquido 70% como um ícone da era da pandemia, somos lembrados da importância de adaptar nossas práticas de saúde e segurança à evolução do conhecimento científico e às necessidades da sociedade. Afinal, como a trajetória do álcool líquido demonstra, a adaptabilidade e a precaução são chaves para navegar um mundo em constante mudança.
Por CFF – ƒ/Com informações: Conselho Federal de Farmácias