O preso Mário Sérgio Diniz Batistot, de 36 anos, que teria sido resgatado de dentro do Centro de Progressão de Pena (CPP) em Boa Vista, se entregou na manhã desta quinta-feira (24) no Ministério Público de Roraima. Ao MP, Mário Sérgio disse que fugiu sozinho da unidade prisional porque ‘não suportava mais apanhar’. Ele conversou com o promotor Carlos Paixão e mostrou diversos hematomas e arranhões nas pernas, braços e costas. Ele disse que as marcas são das agressões que sofreu na Peniteniciária Agrícola de Monte Cristo e no Centro de Progressão de Pena. À Rede Amazônica em Roraima, Francisco Castro, adjunto da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), disse que vai investigar as denúncias feitas por Batistot. A pasta é responsável pelo sistema prisional do estado. O presidiário nega que tenha sido resgatado por outros criminosos de dentro do CPP na madrugada desta quinta. Ele disse que escapou da cela em que estava preso por uma janela de grades de ferro quebradas na noite de quarta-feira (23). “Quem me tirou daquele lugar foi o meu esforço porque eu não suportava mais apanhar, não suportava mais ser humilhado”, afirmou o detento que cumpre pena por três homicídios, ameaça e furto, mas nega fazer parte de facções criminosas.

apredido por policiais militares e agentes
penitenciários (Foto: Inaê Brandão/G1 RR)
Batistot relatou que apanhava constantemente na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, onde cumpria pena antes de ir para o CPP. Ele acusou policiais militares e agentes penitenciários pelas agressões.
“Na penitenciária agridem com chute, murros, dão choques, jogam pedra, bala de borracha. No CPP, na quarta-feira jogaram gás de pimenta dentro da cela em que a gente estava”, disse. Além das agressões, o preso afirmou que no CPP os detentos são privados da visita dos familiares, advogados e não recebem as encomendas que as famílias deixam para os presos. As últimas vezes que Batistot teria sido agredido foram na terça-feira (22) quando foi levado para a ‘tranca’, uma cela onde os presos cumprem sanção disciplinar, e em seguida quando foi encaminhado para o CPP. Ele afirmou que depois de fugir do Centro foi ajudado por duas conhecidas dele e depois entrou em contato com a própria família. “Estou preso desde 2000 por três homicídios e faz mais de 10 anos que eu não fugia do sistema prisional”, disse.
O promotor de justiça Carlos Paixão, no MPRR, afirmou que as denúncias de Mário serão investigadas pela órgão.
“O preso será entregue ao sub secretário, Major Francisco, para que ele seja alocado em um local mais adequado em razão dos problemas que ele está mostrando. Ele será submetido ao exame de corpo de delito e eu vou requisitar a instauração de procedimento para verificar a veracidade dos fatos”, explicou o promotor.
Secretário diz que vai apurar denúncias
O secretário adjunto da de Justiça e Cidadania (Sejuc), Francisco Castro, esteve no Ministério Público a pedido do promotor Paixão e concedeu entrevista à Rede Amazônica em Roraima.
Ele disse que diante da solicitação do MP, a fuga e as denúncias feitas pelo detendo seriam apuradas.
“É interessante ressaltar também que os presos de maneira recorrente, de maneira constante, travam luta corporal entre eles. Então nesse momento fica muito fácil colocar [as agressões] na conta da Polícia Militar e dos agentes penitenciários”, declarou.
Inaê BrandãoDo G1 RR