Para diplomata, Coreia do Sul precisa diminuir vulnerabilidades.
Produtor relevante de grãos, de energia e de carne para o mercado internacional, o Brasil poderia se transformar em um aliado estratégico da Coreia do Sul, diminuindo dessa forma a dependência da nação coreana em relação ao Japão, à Rússia, aos Estados Unidos e à China.
Essa é a tese que vem sendo defendida pelo diplomata Jeong Gwan Lee, que foi embaixador da Coreia do Sul no Brasil de 2015 a 2018.
Atualmente, Gwan Lee vive em Seul (capital da Coreia do Sul), onde dá aulas em universidades sobre relações internacionais, com foco em nações emergentes como, por exemplo, o Brasil.
Na condição de ex-embaixador e acadêmico, ele propõe ideias relevantes sobre como a política de relações exteriores da Coreia do Sul pode levar o país a um melhor posicionamento geopolítico no mundo e, ao mesmo tempo, diminuir a sua vulnerabilidades.
Exemplo de decisão que aumentou a vulnerabilidade da indústria sul-coreana foi a iniciativa recente do Japão de retirar a Coreia do Sul da “lista branca” de países isentos de procedimentos para a aquisição de centenas de componentes tecnológicos japoneses considerados vitais para a fabricação de produtos de alta tecnologia coreanos.
Isso irritou o governo sul-coreano, que fez dezenas de tentativas para um acordo com o Japão, sem resultados até agora.
O pesquisador aconselha ao próprio governo sul-coreano e às lideranças econômicas do país a terem cautela e a aumentar o leque de países que possam dar segurança ao país. Disse que, nesse aspecto, o Brasil pode ser um aliado que, por causa de sua importância em agronegócios, pode aumentar a segurança alimentar da Coreia do Sul.
Brasil aos Olhos da Coreia
O ex-embaixador escreveu o livro Brasil aos Olhos da Coreia.
Na obra, dividida em três partes, Jeong Gwan Lee analisa as condições que podem ou não favorecer a meta brasileira de se transformar em uma nação de primeira grandeza no mundo.