Entre os dez detentos mortos estão dois líderes de facções.
No domingo, Bope informou que 25 presos tinham morrido.
A Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) afirmou nesta segunda-feira (17) que dez presos foram mortos e seis ficaram feridos em conflito entre facções criminosas na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, na noite de domingo (16).
Durante o conflito, o comandante da operação e membro do Batalhão de Operações Especiais (Bope), capitão Falkner, chegou a afirmar que 25 presos tinham sido assassinados. Na ocasião, 100 familiares de detentos foram feitos reféns por cinco horas.
unidade sairam durante a confusão no domingo
(16) (Foto: Valéria Oliveira/G1)
Na manhã desta segunda, agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) estavam na unidade para realizar a contagem dos presos. A Sejuc afirmou que nenhuma fuga foi registrada durante a confusão.
Na madrugada, houve um princípio de tumulto na unidade.
O secretário da pasta, Uziel Castro afirmou que dentre os presos mortos, sete foram identificados. Alguns foram queimados e outros decapitados.
Ele explicou que o conflito registrado na penitenciária foi reflexo de uma briga que ocorreu entre as facções no Rio de Janeiro. Segundo ele, os membros de um grupo criminoso foram orientados a executar os integrantes da facção rival.
“Todos os sistemas penitenciários do Brasil estavam cientes que alguma coisa ia ocorrer”, disse o secretário informando que, apesar disso, eles foram pegos de surpresa porque o conflito ocorreu em dia de visita. “Existe uma tradição no mundo do crime de não ter rebelião em dia de visita”, disse Uziel.
Segundo Castro, a pasta solicitou a transferência de 16 detentos envolvidos com as facções. Ele disse que o pedido de transferência para fora do estado foi feito antes da confusão de domingo.
Entre os presos que morreram no domingo estão Waldiney Alencar Souza e Leno Rocha de Castro, líder e o vice-líder da facção atacada, segundo a Sejuc.
Waldiney Alencar Souza respondia por roubo, desacato, resistência e por praticar ato obsceno em público. Ele também era acusado de ser o mandando de incêndios a ônibus e carros da Prefeitura de Boa Vista.
Leno era suspeito de cometer vários assaltos em Roraima, o detento era considerado de alta periculosidade. Foi preso no Amazonas em setembro e recambiado para a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo.
Os outros presos assassinados foram Leandro Marques Pereira, Wesley Melo da Silva, Rhadryan Colares Lima, Lucas da Silva Santos, Rômulo Soares da Silva, segundo o governo.
As identidades dos seis presos que ficaram feridos não foi revelada pela Sejuc. A pasta afirmou que eles não correm risco de morte.
Os presos suspeitos de cometer os homicídios estão sendo identificados pela Delegacia de Homicídios (DGH) e deverão responder criminalmente pelos crimes, segundo Castro.
Para garantir a segurança dos presos, o diretor do presídio João Paulo Passos afirmou que haverá uma reestruturação nas alas da penitenciária.
Conforme o comandante-geral da Polícia Militar em Roraima, coronel Dagoberto Gonçalves, o policiamento segue reforçado até que a situação na penitenciária seja normalizada. Uma vez normalizada, a quantidade de agentes voltará ao normal.
Confronto de facções
A confusão entre os detentos começou por volta das 15h (17h de Brasília) quando homens da ala 13 quebraram os cadeados e invadiram a ala 12. A briga entre os presos ocorreu durante o horário de visitas.
Cerca de 100 familiares de presos foram feitos reféns por cinco horas. Eles foram libertados às 20h por policiais do Bope.
Os detentos estavam armados com facas e pedaços de madeira, segundo relatou a mulher de um preso que estava dentro do presídio na hora que se iniciou a briga.
A Penitenciária Agrícola de Monte Cristo é a maior unidade prisional de Roraima e atualmente abriga mais de 1,4 mil presos. A capacidade da unidade é de 700 presos, segundo o secretário da Sejuc.
FONTE: G1