A eficácia da vacina é comprovada, mas o desafio é conscientizar pais da importância de proteger a imunidade das crianças
A vacina é cercada de mitos que atravessam os séculos e ainda hoje insistem em habitar o imaginário popular. A própria história registra a contenção e erradicação de infecções como a varíola, a poliomielite e difteria por meio da vacinação. A eficácia é comprovada, mas o desafio é conscientizar pais não vacinadores da importância de proteger a imunidade das crianças.
No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, disponibiliza gratuitamente para adultos e para crianças 19 tipos de vacinas que protegem contra mais de 20 doenças.De acordo com a diretora do departamento de Vigilância Epidemiológica do município Roberta Calandrini, apesar de algumas doenças terem sido erradicadas no Brasil, o risco além das fronteiras da reintrodução de infecções é sempre possível. Por isso a importância de vacinar a população.
“A vacina é um instrumento de proteção contra diversas doenças que já foram causas de morte no mundo, como o sarampo e a poliomielite. A descoberta de cada vacina foi um avanço na medicina e na saúde pública. É um dever dos pais vacinarem seus filhos, não somente pelo bem individual, mas pelo bem coletivo, pois uma única pessoa sem vacina pode causar danos a um grande número de pessoas”, explica.
Um exemplo desse perigo foi a reintrodução do vírus do sarampo no território brasileiro por conta da crise humanitária na Venezuela que impulsionou o fluxo migratório de estrangeiros a Roraima. O médico infectologista Domingos Sávio explica como a circulação do vírus foi possível.
“A Venezuela não possui um calendário de vacinação como há no Brasil, por isso muitos estrangeiros estão suscetíveis. A reintrodução do vírus do sarampo em Roraima, por exemplo, deixa claro que a cobertura vacinal ainda não está fortalecida o suficiente aqui e por isso a população precisa se atentar para atualização do cartão de vacina, apesar de a maioria dos casos confirmados de sarampo ser de venezuelanos, que só ficaram doentes por não terem tomado as devidas vacinas”, explica o médico.
Segundo o médico, a orientação é simples. “A vacina é um método eficaz de prevenir doenças e funciona sim. E isso é comprovado. Os mitos de que vacina faz mal precisam acabar. Depois da introdução das vacinas no calendário nacional houve uma diminuição drástica no índice de mortalidade infantil no Brasil”, destaca.
Na rede municipal de saúde, as vacinas estão disponíveis o ano inteiro de acordo com o calendário nacional. A prefeita de Boa Vista Teresa Surita ressalta o trabalho das equipes de saúde e reforça a importância da adesão da população.
“A Prefeitura oferece todas as vacinas essenciais do calendário gratuitamente e tem trabalhado incansavelmente para alcançar as faixas etárias prioritárias com campanhas de vacinação e até na busca ativa de casa em casa. Temos feito a nossa parte e é importante que os pais e os responsáveis também abracem essa causa e imunizem as pessoas que amam”, destaca a prefeita.
Segundo a coordenadora municipal de imunização Márcia Figueiredo, as faixas etárias de 09 a 14 anos apresentam uma baixa adesão para as vacinas contra HPV, Meningo C (contra meningite), DT (Difteria e Tétano) e alta taxa de abandono para a segunda dose de HPV, que previne contra o câncer de colo de útero e também do pênis e reto.
“A DT deve ser feita a cada 10 anos pelo resto da vida, geralmente eles tomam o reforço de DTP aos 04 anos de idade e depois com 14 anos não fazem mais reforço nenhum da vacina. A difteria é o tétano são doenças graves e que são preveníeis com essa vacina”, explica Márcia.
Nas crianças a partir de 01 ano observa-se uma taxa de abandono acentuada aos esquemas vacinais específicos para a faixa etária de 01 a 02 anos. Para os menores de 01 ano, a taxa de abandono é maior entre 02 e 06 meses de vida.
Campanha contra poliomielite e sarampo começa nesta segunda-feira
Neste ano, o Ministério da Saúde (MS) vai realizar uma campanha conjunta de vacinação contra poliomielite e sarampo que começa nesta segunda-feira, do dia 06 a 31 de agosto. A meta é vacinar 95% das crianças de 1 a 4 anos, 11 meses e 29 dias contra a poliomielite (paralisia infantil) e de 6 meses a 14 anos contra o sarampo (faixa etária que apresenta um baixo índice de procura e, portanto, apresenta maior risco para infecção).
Jornalista: Jéssica Ferri
Fonte:Secretaria Municipal de Comunicação – SEMUC