A Polícia Civil de Roraima deflagrou uma operação na manhã desta quarta-feira (7), que resultou na prisão de três acusados de aplicar o golpe da casa própria em mais de 40 pessoas.
A quadrilha agia vendendo casas e terrenos em bairros considerados nobres como Paraviana, Caçari, Park Caçari e Centenário. Um prejuízo de quase R$ 6 milhões, tornando-se maior golpe imobiliário já visto no Estado.
A empresa RWA Imobiliária que tem como proprietário o sargento da Base Aérea, Wilson Lopes Junior, funcionava como captadora de clientes e também era responsável pelo contato direto com as pessoas, negociações, confecção e assinaturas dos contratos das vendas dos imóveis.
Além de Wilson, foram presos ainda, a então companheira dele, Vanessa Valéria dos Santos, que tinha a função de secretária da empresa, mas que exercia as mesmas atribuições que Wilson e a mãe de Vanessa, Reginalda de Oliveira, que tinha o papel de dar satisfações aos clientes lesados que procuravam a empresa. Um quarto envolvido no golpe está foragido.
Os acusados atuavam no mercado imobiliário de Boa Vista há mais de dois anos e as investigações começaram a partir do momento que as pessoas enganadas começaram a procurar a delegacia responsável para prestar queixa.
As investigações começaram há aproximadamente seis meses, pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra Administração e Serviços Públicos – DRCASP – sob a responsabilidade dos delegados Darlinda de Moura e Rodrigo Gomides.
A operação teve ainda o apoio logístico da Delegacia Geral, Grupo de resposta Imediata – GRI, Núcleo de Inteligência da Polícia Civil – NI, Delegacia de Repressão a Entorpecentes – DRE, Delegacia de Políca Interestadual – POLINTER e Delegacia Geral de Homicídios – DGH
A ousadia da quadrilha impressiona pelo perfil das vítimas, consideradas de classe média alta e pelos valores dos imóveis negociados. “Eles vendiam o sonho que a pessoa quisesse. A vítima ia até a Caixa Econômica, dava entrada no financiamento completo e repassava o valor da entrada pra ele e assim que a pessoa negociava o valor da entrada, a obra parava e não tinha mais nenhum tipo de contato com a vítima, chegando a bloquear o número de telefone da pessoa que seria o cliente”, detalhou a delegada responsável pelas investigações.
Atualmente existem 24 inquéritos policiais abertos contra os acusados presos nesta operação. Com a divulgação dos fatos, espera-se que outras pessoas tomem coragem e também denunciem.
“Esperamos que as demais pessoas que foram vitimadas com este golpe, procurem a Polícia Civil e oficializem a queixa para que possamos ter ainda mais provas. Infelizmente é um crime de estelionato agravado e os delitos podem ser maiores, se considerado a quantidade de pessoas vitimadas e o montante do prejuízo. Podemos dizer que se trata de uma organização criminosa”, disse a delegada-geral, Edinéia Chagas.
ETIENE TRAVASSOS