Os produtores do Projeto de Assentamento Nova Amazônia I, mais precisamente da vicinal 2 onde fica localizado o Polo da Batata Doce, comemoram a boa produtividade em suas lavouras. Os índices já superam as melhores referências produtivas por hectares, como por exemplo, o estado do Rio Grande do Sul, podendo chegar a 60 toneladas do produto colhido.
Esse trabalho é realizado por meio do Plano Municipal de Desenvolvimento do Agronegócio (PMDA) executado pela Secretaria Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas (Smai). Ao todo, 22 produtores são atendidos pelo projeto com máquinas, equipamentos e insumos, além da assistência técnica da equipe da secretaria direto no campo.
Conforme o diretor técnico da Smai, Fábio Guths, todo o trabalho rendeu bons resultados de acordo com as etapas realizadas desde a escolha da área, análise do solo, além do preparo e utilização dos melhores insumos. “Este conjunto faz toda a diferença para a lavoura. Não podemos esquecer o fator clima que, se tratando do estado de Roraima, é extremamente favorável para o cultivo,” comentou.
Fábio disse ainda que, utilizando equipamentos tecnológicos como a irrigação, é possível ter até três safras no ano, o que torna a cultura da batata doce totalmente viável no município de Boa Vista. A agricultora familiar Dalva Conceição ressaltou que sem o apoio do poder público os agricultores não teriam esse resultado positivo e que a união de forças de ambos os lados é muito importante.
“Não adianta nós termos máquinas, insumos, se não tivermos orientação. Nós agricultores devemos fazer a nossa parte em contrapartida ao apoio da prefeitura e essa parceria tem dado excelentes resultados. A nossa meta é aumentar as áreas, escalonar e ampliar a produção no polo de forma que chegue aos mercados com qualidade para comercialização”, enfatizou a agricultora.
Para o Secretário Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas, Marlon Buss, esse é só mais um indicativo de que o trabalho dará bons resultados em um futuro próximo. “Com este projeto, nós estamos pensando muito mais longe. É possível instalar uma indústria de etanol de batata doce para a produção do biocombustível, um mercado ainda pouco explorado no Brasil, e Roraima possui todas as condições para isso. Apostamos na alta produtividade para que logo se torne realidade”, comentou.
Produtor realiza testes com cultivares diferenciadas
Com o estabelecimento do Polo da Batata Doce, os 22 produtores lá instalados têm uma visão positiva do futuro no que diz respeito à produção de cultivares diferenciadas do tubérculo. É o caso do agricultor familiar Eurico de Souza Braga. Estabelecido no P.A Nova Amazônia I, Polo da batata doce, descobriu uma alternativa viável com a produção escalonada do produto.
Ele conta que veio para o local há quatro anos e tentou plantar outras variedades como por exemplo a melancia e não deu certo, chegando ao ponto de perder uma produção inteira. Há pouco mais de um ano ele e a esposa Kátia decidiram investir no plantio da batata doce.
“Já cheguei a colher 6 toneladas em minha propriedade. A batata doce é fácil de cultivar e com esse clima quente e com 12 horas de luz por dia podemos ter uma boa produtividade. Acredito que o apoio da Smai com os insumos, implementos e máquinas também foi um fator positivo para que o Polo começasse a dar certo. As perspectivas são muito boas, inclusive já estamos testando em campo experimental outras variedades de batata, a exemplo da BRS Amélia, que igualmente tem se mostrado excelente para o plantio” enfatizou.
BRS Amélia é promessa de boa produtividade
Sua produtividade média é estimada em 32 toneladas por hectare e a colheita inicia entre 120 e 140 dias após o plantio. Quando cozida ou assada, a textura é úmida e melada, macia e extremamente doce. A casca solta com facilidade da polpa, além de ser rica em proteínas e pró-vitamina A, componente nutricional essencial. Além dessa variedade existem outras produzidas.
São elas: BRS Rubissol (casca roxinha e mais conhecida no meio fitness), BRS Cuia e Bouregard. “Essa variedade de batata doce é tão saborosa quanto a que é mais conhecida e consumida. A nossa ideia inicialmente é realizar o plantio experimental e avaliar a aceitação do público no mercado” finalizou Eurico.
Por Secretaria Municipal de Comunicação (SEMUC)