Por ter foro privilegiado, o caso está sob os cuidados do STF
Uma postura das mais condenáveis no Brasil adora misturar o necessário trabalho dos advogados com os crimes que porventura seus clientes cometeram. Telmário Mota é o senador que achou por bem levar à Comissão do Impeachment de Dilma Rousseff o nome de Douglas Kirchner, procurador defendido por Janaína Paschoal sob a acusação de agressão contra a ex-mulher. Quando confrontada, a autora do impeachment perderia a paciência e exigiria respeito para com os clientes do escritório dela. De quebra, ainda lembraria ao Senado que o procurador só virou alvo de investigação após passar a analisar o tráfico de influência no BNDES praticado por ninguém menos do que Lula.
Agora, Telmário Mota foi acusado de ter espancado uma jovem de 19 anos até que ela desmaiasse. O caso ocorreu em Roraima, onde o senador mais tem poder. O exame de corpo de delito confirmou “lesões na cabeça, boca, orelha esquerda, região dorsal, braço direito e joelho esquerdo“. Teriam sido quatro chutes com a garota no chão, além de uma empurrão contra a parede. Após uma sequência de murros na cabeça, a mulher desmaiou.
Ainda segundo o depoimento da moça, tudo teria vindo de uma crise de ciúmes em decorrência de uma relação que durava mais de três anos. Ou seja… Desde quando ela ainda era menor – Mota tem 58 anos.
O caso vem sendo investigado pelo PGR e o STF, uma vez que o senador tem o maldito foro privilegiado.
Mota nega tudo: as agressões e até mesmo o relacionamento com a jovem.
Há menos de um ano, ele usara a tribuna do Senado para sugerir a agilização de “todos os projetos de lei e outras proposições que digam respeito ao combate à violência contra a mulher e coloque na cadeia os agressores valentões”.
O vídeo com a pergunta a Janaína Paschoal pode ser conferido mais acima.