
“Eu treino Jiu-jitsu porque quero que outras pessoas com deficiência visual se sintam motivadas, além de ser incentivo a praticar esporte”. A declaração é do estudante Giovani Pereira, de 21 anos, matriculado no Centro de Apoio Pedagógico para Deficientes Visuais (CAP-DV).
Com problema de baixa visão desde os cinco anos de idade, ele sempre buscou no esporte formas de desenvolver outras habilidades. “O Jui-jitsu é um esporte ótimo pra quem tem deficiência visual e que precisa tocar nas coisas, uma vez usa muito tato”, complementou.
Giovani foi o primeiro aluno a fazer os treinos da modalidade oferecidos pelo CAP-DV. A modalidade é nova e começou funcionar este ano. “O projeto vai além do simples ensino do Jiu-jitsu, pois auxilia o deficiente visual a conhecer o próprio corpo, melhora o condicionamento físico, a mobilidade diária, a coordenação motora e estimula uma vida mais saudável”, disse o professor e treinador José Iran Assis. Ele treina o esporte há mais de 10 anos e é faixa marrom em karatê e roxa em Jiu-jitsu.
Assis explicou que um dos objetivos é estimular a autoconfiança por meio do conhecimento do próprio corpo e suas potencialidades e dar a oportunidade de participarem de competições. “A metodologia utilizada é através do tato e do contato físico, ou seja, os movimentos são repassados individualmente demonstrando e sentindo cada um deles. Queremos ainda que eles participem de competições nesta modalidade”, disse.
Por enquanto, o projeto conta somente com dois alunos. Os treinos ocorrem nas segundas e quartas-feiras, no horário de 10h às 11h, nas dependências do CAP-DV, na avenida Santos Dummont, no bairro São Pedro. “É uma oportunidade que o CAP proporciona ao aluno. Além do exercício físico, o esporte promove interação e disciplina”, ressaltou a diretora do Centro, Sulivanha Lira.