O cão agredido na quinta-feira (28) pela própria dona com um pedaço de madeira no bairro Boa Vista, em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, está em estado grave, mas estável. A agressão foi gravada por uma vizinha e causou comoção nas redes sociais.
Segundo o veterinário Marcos Lesqueves, que está atendendo o cachorro gratuitamente em sua clínica particular, ele está com trauma cranioencefálico e teve um dos olhos perfurados por pregos que estavam na madeira, além de apresentar outros machucados pelo corpo.
No entanto, a situação do cãozinho foi agravada pelas condições de saúde dele antes da agressão. “Ele chegou com muitas pulgas e carrapatos, baixa de plaquetas e lesão hepática, por causa da forma como estava sendo tratado antes das pancadas na cabeça”, afirma Lesqueves, que batizou o bichinho de Carlos Ambrósio. “Sem tratamento, ele iria morrer em pouco tempo.”
O profissional diagnosticou que o cachorro está com erliquiose, popularmente conhecida como doença do carrapato, quadro infeccioso severo que pode levar à morte. Ele frisou, no entanto, que todas as complicações do bichinho estão sendo medicadas e que ele tem grandes chances de sobreviver e ficar bem.
Veterinário Marcos Lesqueves está cuidando de cãozinho agredido. Foto: Alessandro de Paula/ AT
Após o vídeo com a agressão parar nas redes sociais, a dona do cão, de 61 anos, foi detida pela polícia em sua casa e conduzida à delegacia, onde assinou termo circunstanciado (TC) e foi liberada. Ela vai responder por crime de maus-tratos contra animais.
As cenas mostram a idosa segurando o cão com uma corda, com uma das mãos, enquanto que, com a outra mão, agredia o animal com um pedaço de pau. Os golpes foram principalmente na cabeça.
Primeiramente, o animal foi levado ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Cachoeiro de Itapemirim. De lá, ele seguiu para a clínica do veterinário Marcos Lesqueves. “Eu liguei para lá e me ofereci para ajudar, porque sei que o CCZ não tem condições de manter animais internados”, disse.
Na clínica, o cão recebeu o nome de Carlos Ambrósio. “Sempre damos nomes aos animais de que cuidamos. Esse foi uma homenagem ao biomédico que forneceu todos os exames laboratoriais ao cãozinho. Ele, inclusive, ficou muito feliz de saber que o nome dele foi dado ao cachorro”, conta Lesqueves, que já deu o nome de funcionários da clínica e até da esposa, que também é veterinária, a outros bichos.
Carlos Ambrósio ainda vai ficar internado na clínica por, pelo menos, mais dez dias, segundo o veterinário. “Ele vai continuar passando por exames, para companharmos a evolução do quadro. Quando estiver melhor, vamos fazer um raio-x e, se necessário, vamos realizar uma transfusão de sangue”, conta Lesqueves, que afirma que, infelizmente, costuma atender muitos casos de animais que sofrem maus-tratos.
Com a repercussão do caso, muitas pessoas têm procurado o CCZ para adotar o animal. “O primeiro da fila sou eu”, diz Marcos Lesqueves, que afirma que o cão é muito dócil. “Se ele fosse agressivo, já teria mordido alguém na clínica, porque já foi furado, mexido, por causa dos exames. Ele é muito bonzinho”, diz.
Carlos Ambrósio vai ficar internado por, pelo menos, mais dez dias. Foto: Evelyn Lee/ PMCI
Fonte:tribunaonline
Video da agressão sofrida pelo cachorro
Enteda o caso
Uma idosa de 70 anos espancou um cachorro no meio da rua e foi filmada por vizinhos. A agressão aconteceu no bairro Boa Vista, em Cachoeiro de Itapemirim, nesta quinta-feira (28).