Foi a partir de 2013, por meio do Programa Família que Acolhe (FQA), que Boa Vista se tornou a capital que mais investe nos cuidados com a primeira infância. O programa realiza o acompanhamento desta etapa, que vai da gestação até os seis anos de idade e, por todo cuidado e dedicação com que é realizado, se tornou referência em todo país e tema de pesquisas internacionais.
O Família que Acolhe é uma política pública integral para a primeira infância, garantindo o acesso à saúde, educação e desenvolvimento social de maneira integrada. Até o momento, 9.258 beneficiárias foram cadastradas e 1.604 recebem o leite da família. Dessas beneficiárias, 1.308 são grávidas e há uma exceção de um beneficiário homem.
Mães e pais que participam do FQA e da Universidade do Bebê garantem vaga para seus filhos entre dois e quatro anos nas Casas Mães, priorizando o atendimento de filhos de mães de baixa renda, adolescentes, gestantes participantes do programa Bolsa Família, reeducandas gestantes do sistema penitenciário, famílias cadastradas no CadÚnico e em vulnerabilidade social, que estejam devidamente identificadas pela Secretaria Municipal de Gestão Social.
Além dos cuidados profissionais, orientações e serviços oferecidos, os beneficiários também recebem enxoval, vale transporte e saem de lá com a proposta de um novo conceito sobre o cuidar.
Em 2014, o FQA foi reconhecido como exemplo de política integrada para a primeira infância pelo então ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Marcelo Neri, durante a palestra de encerramento do quarto Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância, ocorrido no em São Paulo. No ano de 2016, o FQA foi base para a criação de um programa do Governo Federal – “Criança Feliz” –, que está sendo implantado em todo o País para cuidar da primeira infância.
O FQA integrou todos os serviços básicos necessários para mãe e filho, garantindo de uma só vez a marcação e acompanhamento de todas as consultas, exames e procedimentos médicos. Ao mesmo tempo, desburocratizou o acesso à educação – antes mesmo do nascimento, a criança já tem sua matrícula efetivada na creche e na escola até os seis anos de idade, quando inicia o Ensino Fundamental.
Com base no conceito de uma “escola de pais”, na sede do FQA foi criada a Universidade do Bebê. Lá, as gestantes, novas mães e seus familiares se encontram com profissionais e têm acesso a informações sobre o desenvolvimento psicossocial das crianças. As famílias também participam de oficinas de musicalização, coral e leitura.
O programa é multissetorial, gerido pelo gabinete da prefeita e secretários de Gestão Social, Saúde, Educação, Comunicação e Finanças, que participam do projeto ativamente, garantindo a integração dos serviços. Uma das metas do FQA é promover o hábito da leitura desde o berço, fundamental para o desenvolvimento da relação social da criança.