A Aderr (Agência de Defesa Agropecuária de Roraima) está fiscalizando com mais rigor o comércio de carnes bovinas provenientes do abate clandestino. O objetivo é garantir ao consumidor um produto de qualidade, inspecionado e sem riscos à saúde da população.
Além da fiscalização no comércio, uma das medidas é quanto à emissão da GTA (Guia de Trânsito Animal) em Roraima. Municípios sem abatedouros registrados nos Serviços de Inspeção Estadual e Federal (SIE e SIF) não poderão mais comercializar carnes. A medida visa acabar com os riscos sanitários de produtos não inspecionados.
Em Roraima existem três abatedouros oficiais registrados no SIE: no Cantá, Caracaraí e em São João da Baliza. Todos eles são inspecionados permanentemente, pois Aderr mantém veterinários e técnicos de inspeção no local. O Mafir é fiscalizado pelo SIF.
A Portaria publicada pela Aderr prevê que para a emissão da GTA, os animais destinados ao abate só poderão ser transportados para os abatedouros legalizados até uma distância máxima de 50 quilômetros.
“Isso abrange praticamente todos os municípios das regiões onde a pecuária é mais forte. Em relação aos locais mais distantes dos abatedouros, a Aderr já está em contato com os municípios, para que viabilizem a construção de um matadouro”, explicou Haroldo Trajano, diretor de Defesa Animal da Aderr.
Além disso, os açougues terão que apresentar uma cópia da GTA para comprovar a origem da carne comprada. “Isso vai garantir que o produto comercializado é de qualidade”, complementou Trajano.
SAÚDE – O abate feito de forma clandestina em locais sem higiene causa danos à saúde do consumidor. O maior risco de acordo com o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) é a toxinfecção alimentar, que pode levar à morte.
“Por isso é importante adquirir produtos de locais registrados. Estes são bem embalados, refrigerados e têm procedência”, alerta o presidente da ADERR, Vicente Barreto.
No abate clandestino nenhum procedimento de higiene é cumprido. O animal não é içado. A carcaça é manuseada no chão, onde geralmente o local tem presença de cachorros, gatos e urubus, comprometendo o produto, devido à falta de condições sanitárias.
Há também uma descarga de adrenalina muito forte do animal abatido. Com o stress aumenta a acidez da carne, o que diminui o seu tempo útil entre o abate e a comercialização. “A coloração da carne se altera. Ela fica com o aspecto avermelhado, porque o sangue está presente. Quanto mais vermelha a carne, mais há indícios que o animal sofreu stress,” ressaltou Haroldo Trajano.
Outro problema do abate em locais sem higiene diz respeito ao aspecto econômico. “Os envolvidos não querem ter prejuízo e vendem a carne de qualquer jeito. As doenças são biológicas. Elas podem estar no corpo do animal ou podem ser adquiridas durante o manuseio”, finalizou Trajano.
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ELIAS VENÂNCIO
Foto: weliton nunes
Fonte:jornalopainel.com