Cerca de setenta professores indígenas das etnias macuxi e wapichana deixaram suas comunidades e vieram para Boa Vista fazer o curso Murumuruta
A Seed (Secretaria Estadual de Educação e Desporto), por meio do Ceforr (Centro Estadual de Formação dos Profissionais da Educação de Roraima), realizou na sexta-feira, 20, o encerramento do curso de formação continuada Murumuruta, celebrado com um almoço preparado pelos próprios professores indígenas e apresentações dos trabalhos desenvolvidos no período.
Cerca de setenta professores indígenas das etnias macuxi e wapichana deixaram suas comunidades e vieram para Boa Vista fazer o Murumuruta – que significa o nome de um pássaro que imita o som dos outros pássaros. Eles passaram a viver a rotina de sala de aula como estudantes.
“Este curso é uma forma de valorizá-los, de oferecer formação continuada, atualizá-los e manter sempre diálogo com eles. Temos também intérpretes acompanhando em sala de aula”, ressaltou a diretora do Ceforr, Stela Damas. O curso é dividido em dois módulos, com 200 horas.
MURUMURUTA – O curso tem como objetivo formar profissionais competentes para o exercício do magistério, qualificando os profissionais em língua materna indígena, considerando o idioma, veículo fundamental da cultura, para a melhoria da qualidade do ensino de línguas indígenas brasileiras. O segundo módulo está previsto para acontecer em fevereiro de 2018.
“É muito gratificante poder participar desse curso, pois ele esta formando professores na sua própria língua indígena, para que possamos atuar na sala de aula em nossas comunidades”, disse a professora da língua macuxi, Gisele Oliveira da Silva, que atua na comunidade Samã, localizada na região São Marcos, no município de Pacaraima.
Professora de língua indígena wapichana, na comunidade indígena Anta I, localizada na região Taiano, no município de Alto Alegre, Maria Julia, acredita que o curso oportuniza e desenvolve o conhecimento dos docentes, o que possibilita melhorar a qualidade das aulas para os estudantes.
“Além de nos prepararmos profissionalmente para atuarmos na sala de aula, ainda estamos nos valorizando”, finalizou.
Por EDJANE COUTINHO
Foto: Odail Oliveira