Manifestantes denuncia 2.500 demissões nos últimos 6 meses.
Sindicato diz que há ‘salários mais baixos que o valor da cesta básica’.

Cerca de 3.000 trabalhadores da imprensa na Argentina protestaram nesta quarta-feira (8) para reclamar contra as demissões, a precarização da atividade jornalística e por melhores salários em um momento de protestos sindicais sobre os aumentos de tarifas dos serviços básicos e o aumento da inflação.
Um dia depois que a Argentina comemorou o Dia do Jornalista, diversas redações ficaram quase vazias devido a participação de seus trabalhadores em uma marcha no centro deBuenos Aires.
No protesto, os manifestantes denunciaram a demissão de 2.500 trabalhadores de meios de comunicação públicos e privados nos últimos seis meses em todo o país, entre eles mil na capital, segundo um levantamento do Sindicato de Imprensa de Buenos Aires (SIPREBA).
“No último semestre, a precarização endêmica da atividade jornalística se agravou com a perda de mais de 2.000 postos de trabalho, entre públicos e privados, em um contexto nacional de quase 200 mil demissões em todas as atividades”, denunciou o coletivo de jornalistas.

O sindicato afirmou que existem “salários mais baixos que o valor da cesta básica”, que a consultora privada FIEL marcou em abril em 10 mil pesos (US$ 714) na cidade de Buenos Aires. Na Argentina, o salário mínimo é em torno de 450 dólares.
O protesto foi mais um que se vê todos os dias pelo país devido ao aumento das tarifas de água, luz e gás usuários residenciais, das pequenas e médias empresas (Pymes) e dos sindicatos de professores, de saúde e dos metalúrgicos, entre outros.
O presidente Mauricio Macri, que começou em dezembro sua gestão com a promessa de reordenar as contas públicas em uma economia fraca e de baixar a inflação, não conseguiu até o momento controlar o aumento do custo de vida, que nos primeiros seis meses de seu governo ficou em 25% e se aproxima de 40% anual.
Nesse contexto, os trabalhadores da imprensa expressaram seu descontentamento com o selo de uma negociação coletiva – que na Argentina ajusta os salários anualmente por lei entre os sindicatos e os empregadores – em um máximo de 27%, dividido até janeiro de 2017.
FONTE:G1/GLOBO