A Comissão de Agricultura, Pecuária e Política Rural da Assembleia Legislativa de Roraima deve convocar o diretor presidente da Codesaima (Companhia de Desenvolvimento de Roraima), Márcio Glayton Araújo, para que explique a dificuldade de funcionamento do Mafirr (Matadouro e Frigorífico Industrial de Roraima). O deputado George Melo (PSDC), membro da Comissão, acredita que “se o Mafirr for desmantelado, como pretendem alguns, haverá um prejuízo para os pequenos pecuaristas e para a economia do Estado”. O representante da Codesaima precisará explicar aos deputados, segundo George Melo, por que um setor em que se paga salário mínimo aos trabalhadores, não pode funcionar. “A Codesaima é uma empresa pública e tem caráter público e privado, poderia solucionar esse problema. A questão é que querem colocar pessoas para receber salário sem trabalhar. Sobre isso está certo o Ministério do Trabalho em demitir pessoas. Agora, quem realmente trabalha na Companhia não pode parar”, disse. O deputado, que discursou sobre o tema na tribuna, durante a sessão desta terça-feira, 7, disse que é necessário analisar a questão histórica do Mafirr. Segundo ele, o frigorífico atende o grande, o médio e o pequeno pecuarista. “Um novo frigorífico está para ser inaugurado – o Frigo 10. Acho interessante esse novo modelo, afinal nosso rebanho cresceu, melhorou a genética. Entendo que o Frigo 10 deve existir, mas o Mafirr deve continuar seu trabalho porque vai contemplar aquele pequeno pecuarista que tem 200, 300 reses”, defendeu. George Melo ressaltou que o pequeno pecuarista depende do Mafirr para continuar sobrevivendo no mercado. “Se deixar um grupo controlando todo o setor pecuarista que foi o esteio desse Estado, a gente corre o risco de andar para trás”, acrescentou. Ele lembrou ainda sobre o comércio informal, como os vendedores de panelada, churrasquinho, paçoca e a indústria do sabão, que dependem do Mafirr. Segundo o parlamentar, caso não seja mais contemplada essa economia criada pelo Matadouro e Frigorífico, poderá aumentar o índice de desemprego no Estado. George Melo afirmou que pela quantidade de gado em Roraima, há condições de ter até cinco frigoríficos. Para resolver a situação do Mafirr, ele acredita que o Governo poderia contratar uma empresa terceirizada, assim como já ocorreu em outros setores. “Esse Governo é extremamente competente em fazer emergencial. Então se precisa de 40 funcionários, contrata. Agora nosso pequeno pecuarista não pode ser prejudicado”, disse.
Apartes – O deputado Joaquim Ruiz (PTN), disse que a função social do trabalhador do frigorífico não pode ser esquecida. Segundo ele, mais de 100 pessoas dependem, por exemplo, da panelada, da farinha de carne e osso para atender aos pequenos produtores de suínos, na piscicultura, na fábrica de rações da piscicultura em Roraima. “São mais de 180 famílias que vivem de fazer churrasquinho”, disse. Na avaliação dele, uma coisa é o Frigo 10 que tem visão empresarial; outra é o Matadouro e Frigorífico com visão social, geração de emprego, oportunidade. É preciso que o Estado tenha noção da importância do Mafirr”, reforçou. Ele que já foi presidente da Codesaima, disse com base em dados que já dispõe da época em que trabalhou na Companhia, que o Mafirr gera 598 empregos diretos e 239 indiretos.
Fotos: SupCom ALERR
Shirleide Vasconcelos