Presidente se encontrará na capital, Assunção, com colega Horacio Cartes.
Pela manhã, Temer esteve em Buenos Aires, onde se reuniu com Macri.

O presidente da República, Michel Temer, desembarcou no fim da tarde desta segunda (3) em Assunção, capital do Paraguai, onde fará uma visita relâmpago ao presidente Horacio Cartes. Após a reunião, Temer retornará a Brasília.
A viagem internacional do presidente começou ainda na manhã desta segunda, quando ele deixou Brasília e embarcou em direção a Buenos Aires. Na capital argentina, ele se reuniu com o colega, Maurício Macri, e discutiu temas como economia, o atual cenário do Mercosul e a situação das fronteiras.
Em Assunção, Temer se encontrará com o presidente Horacio Cartes no início da noite, na residência oficial, Mburuvicha Róga, onde também participará de um jantar.
Segundo o governo brasileiro, Temer e Cartes também deverão discutir temas como o desenvolvimento da região, as fronteiras e o Mercosul.
Ao desembarcar em Assunção, Temer afirmou, segundo sua assessoria, ter como objetivo “intensificar as relações e aumentar o grau de amizade” entre o Brasil e Paraguai.
“Venho acompanhado de uma delegação de ministros e parlamentares. Faço essa visita e farei outras aos Estados da América do Sul para colaborar com a integração da latino-americana de nações”, disse, conforme postagem no microblog Twitter.
Mais cedo, nesta segunda, o Movimento em Defesa do Mercado Legal Brasileiro, que reúne mais de 70 entidades que pedem maior combate ao contrabando e à pirataria, divulgou um comunicado à imprensa no qual defendeu alguns temas que deveriam, na avaliação do movimento, ser discutidos entre os presidentes, como o reforço na segurança das fronteiras; a revisão da carga tributária; e a criação de uma agenda positiva de cunho econômico e social.
Segundo o movimento, o contrabando fez com que a economia brasileira deixasse de arrecadar pelo menos R$ 115 milhões em impostos. A organização também argumenta que o comércio ilegal promove a ocorrência de crimes como tráfico de armas e munição, de drogas e de pessoas, além da lavagem de dinheiro, roubo e sequestro.
Argentina
Em Buenos Aires, antes de embarcar para o Paraguai, Temer e Maurício Macri fecharam um acordo para que seja convocada uma reunião destinada a debater o desenvolvimento das fronteiras entre os dois países.
No setor comercial, segundo o Ministério das Relações Exteriores, eles reafirmaram o “valor” da área automotiva, concordaram que normas sanitárias não devem prejudicar negócios e ressaltaram a necessidade de simplificar processos administrativos, a fim de facilitar acordos entre micro, pequenas e médias empresas.
Os dois presidentes ainda discutiram cooperações voltadas para as áreas de defesa, nuclear, espacial, cultural e científica.
Comitiva
O presidente viajou aos países vizinhos acompanhado de ministros, como José Serra (Relações Exteriores), Marcos Pereira (Indústria e Comércio Exterior), Alexandre de Moraes (Justiça) e Raul Jungmann (Defesa), e parlamentares, entre eles o senador Zezé Perrella (PTB-MG) e os deputados Roberto Freire (PPS-SP) e Luís Carlos Heinze (PP-RS).
Em razão da viagem de Temer ao exterior, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumiu como presidente da República em exercício. Ele foi ao Planalto nesta segunda, onde, segundo a assessoria, teve somente na agenda “despachos internos”.
Entrevista
Em entrevista aos jornais argentinos “Clarín” e “La Nación”, publicadas neste domingo (2), Temer afirmou que se dá por satisfeito se colocar o Brasil “de volta aos trilhos”.
Ele declarou também que a economia do país deve se recuperar até o ano que vem, mas somente se medidas propostas pelo governo forem aprovadas no Congresso Nacional, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o aumento dos gastos públicos e as reformas trabalhista e da Previdência Social.
Aos jornais, o presidente também defendeu a legalidade do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e rebateu a tese de que ele, como vice, não foi eleito. “É falso, porque, no sistema presidencial, se vota tanto no presidente como no vice”, disse.
Questionado sobre temas como corrupção e as recentes declarações polêmicas de ministros, Michel Temer disse que “não haverá jamais nenhuma interferência do governo nas investigações” da Operação Lava Jato. Na semana passada, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse em um evento que haveria “mais” Lava Jato nos dias seguintes e, um dia depois, o ex-ministro Antonio Palocci, do PT, foi preso.
FONTE: G1