Desde 2002, Roraima aparece entre as 145 rotas de exploração infantil, de adolescentes, e mulheres, nacional e internacional, segundo dados divulgados pela pesquisa sobre Tráfico de Pessoas para fins de Exploração Sexual (Pestraf)

O Núcleo de Proteção às Vítimas de Tráfico de Pessoas para fins de Exploração Sexual, criado pela ALE-RR (Assembleia Legislativa de Roraima) para funcionar dentro da estrutura do Chame (Centro Humanitário de Apoio à Mulher), deve se reunir com entidades membros da Rede de Proteção e Atendimento às Vítimas e apresentar sua metodologia de funcionamento.
O objetivo é trabalhar por meio de parcerias com os sistemas de Justiça Estadual e Federal, incluindo os juizados, promotoria e defensoria; e o de Segurança, com as delegacias da Mulher e de Proteção ao Adolescente; e o Departamento de Direitos Humanos da Sejuc (Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania); as polícias e com políticas públicas voltadas ao social e as organizações não governamentais.
“A rede tem que saber qual é esse trabalho que vamos realizar dentro do Chame e do Núcleo, para que a gente possa fazer esse trabalho com muita integralidade. Esse é o nosso papel, integrar essa rede com a finalidade essa ação que estamos desenvolvendo”, disse a coordenadora do Núcleo, Socorro Santos.
Para a deputada Lenir Rodrigues (PPS), coordenadora do Chame, as parcerias são importantes, porque o Centro não possui estrutura nem orçamento para atuar em todas as frentes. “Hoje, o Núcleo de Tráfico de Pessoas já está fazendo atendimento e acompanhamento de pessoas que retornaram ao Estado, após terem sido vítimas desse crime que é bárbaro, mas também tem a função de articular a rede para que a gente possa fazer um trabalho de prevenção”, explicou.
A deputada contou também que é importante manter contato com as prefeituras dos municípios, principalmente Pacaraima, Bonfim e Rorainópolis, onde estão as saídas do Estado. Além de uma campanha que leve informação aos jovens e pais sobre o crime de tráfico de pessoas, mais especificamente as meninas.
“São essas moças que são convidadas a desfilar, a serem modelos, a viajar como acompanhantes e quando chegam ao destino final elas são submetidas a vários outros tipos de crime, como trabalho escravo e prostituição. Então esse trabalho de prevenção, já que temos fronteira aberta com dois países, é muito importante”, opinou Lenir.
Pesquisa – Desde 2002, Roraima aparece entre as 145 rotas de exploração infantil, de adolescentes, e mulheres, nacional e internacional, segundo dados divulgados pela pesquisa sobre Tráfico de Pessoas para fins de Exploração Sexual (Pestraf). Estima-se que, de cada 100 pessoas traficadas no mundo, 27 são crianças e na grande maioria, 76%, mulheres e meninas.
As denúncias podem ser feitas pelo 191 da Polícia Rodoviária Federal, ou pelo Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Os inquéritos de investigações sobre o tema são sigilosos para manter a segurança das vítimas, dos denunciantes e não prejudicar o trabalho investigativo.
A sede do Chame está na rua Coronel Pinto, 524, Centro, e funciona das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira. O telefone para contato é 3623-2103. Também o Zap Chame atende denúncias, inclusive, anônimas, pelo número 98805-4794.
Camila Dall”Agnol
SupCom ALE-RR