O conselho de educação turco convidou ainda 1.577 reitores a renunciarem ao cargo, uma medida que afeta universidades privadas e públicas.
O ministro da Educação turco revogou as licenças de 21 mil professores e convidou ainda 1.577 reitores a afastarem-se dos cargos, por alegado envolvimento no golpe de Estado falhado.
Nas últimas horas, o Ministério da Educação foi varrido por uma onda de demissões e as autoridades abriram um inquérito para investigar a existência de ligações a Fetullhah Gulen, que o presidente turco acusa de ser o instigador da tentativa de golpe de Estado.
O governo continua a afirmar que os responsáveis pelo que aconteceu a 15 de julho vão pagar um preço muito alto, apesar de o primeiro-ministro turco garantir que só quer tranquilizar a comunidade e que não se trata de qualquer espírito de vingança.
Também foram afastados quase 400 funcionários do Ministério da Família e Políticas sociais, assim como do ministério das finanças. Foram ainda demitidos 100 funcionários dos serviços de Inteligência.
Números que se juntam aos quase nove mil funcionários dos Ministério do Interior detidos, entre eles sete mil polícias, nos últimos dias.
Esta terça-feira, o Estado-Maior das Forças Armadas turcas emitiu um comunicado a reiterar que a “esmagadora maioria” dos militares do país “não tem nada a ver” com a tentativa de golpe de Estado. Afirma ainda que as forças armadas turcas amam a pátria e os responsáveis serão sancionados na forma mais pesada.
Entretanto, um porta-voz do presidente Erdogan afirmou que os acontecimentos dos últimos dias não colocam em causa a segurança do país.
A Amnistia Internacional considera que há uma ameaça ao respeito pelos direitos humanos na Turquia, após o governo ter defendido o regresso da pena de morte. A organização está a investigar denúncias de abusos contra os milhares de detidos, incluindo a recusa de acesso a advogados.
Por Rute Fonseca
Fonte: www.tsf.pt/