Agressões e xingamentos teriam ocorrido após esposa e filha do político serem impedidas de entrar com cachorro em supermercado. Paulinho Peixoto (PSB) nega acusações.
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Três funcionários de um supermercado em Boa Vista denunciaram o vice-prefeito do município do Cantá, Norte de Roraima, Paulinho Peixoto (PSB), por agressões físicas e xingamentos. O caso foi registrado no 2º Distrito Policial.
Segundo os denunciantes, eles foram agredidos nessa quinta (15) por Paulinho Peixoto após a esposa dele ser impedida de entrar no estabelecimento com um cachorro. O boletim de ocorrência contra o político foi registrado nessa sexta (16).
Procurado pelo G1, o vice-prefeito alegou que a filha de 10 anos foi empurrada por um dos funcionários do local e por isso foi “tomar satisfação”. Ele disse ainda que agrediu apenas uma das três pessoas porque foi “segurado”.
Os funcionários, entre eles um auxiliar de serviços gerais, uma fiscal de caixa e um repositor, de 19, 34 e 49 anos, disseram que a esposa de Peixoto estava com filha pequena, que segurava o cão nos braços, quando tentaram entrar com o animal no supermercado e foram barradas.
“ Ao chegar à porta de entrada, falei para ela que não podia entrar cachorro e apontei para uma placa [com o aviso da proibição]. Ela não me deu ouvidos e seguiu puxando o braço da filha para entrar. Estendi meu braço para impedi-la de seguir, foi quando ela reclamou, mas não entrou e foi embora”, conta o repositor.
De acordo com ele, minutos depois o vice-prefeito chegou ao estabelecimento alterado, falando alto e querendo saber quem tinha empurrado e impedido a esposa e a filha dele de entrarem no supermercado.
“Disse a ele que eu não tinha tratado mal a sua mulher. Foi quando partiu para cima de mim com socos e chutes, mas não conseguiu me acertar porque a outra funcionária [fiscal] entrou na frente pedindo para ele parar, mas foi agredida. O rapaz [auxiliar] veio em seguida e tentou tirar o Peixoto o afastando de mim o empurrando”, relembra.
Segundo o repositor, o funcionário que o ajudou a não ser agredido acabou levando chutes e murros.
“Foram pontapés, socos na nuca. Ele [Peixoto] estava muito alterado. A minha colega [fiscal] foi amenizar e acabou sendo xingada. Ele ainda tocou nela”, afirma o funcionário, revelando que Peixoto ainda fez ameaças ao sair do supermercado. “Falou que ia no pegar lá fora”.
Após as agressões e xingamentos, o vice-prefeito deixou o local. Os funcionários agredidos fizeram um boletim de ocorrência na delegacia ainda no mesmo dia. A fiscal de caixa também contou ter sido agredida.
“Ele me xingou, me deu murros e chutes quando tentei evitar a confusão. Há vídeos que mostram isso. Ele pensou que havia ocorrido um fato contra a esposa, o que não aconteceu. A esposa dele quem mentiu. Eu disse a ele que tínhamos imagens [de câmeras], mas ele não quis saber”, resume a fiscal.
Segundo o pai do auxiliar de serviços de gerais, o filho ficou com hematomas devido às agressões.
“Ele chegou ao supermercado se achando o dono do mundo. Meu filho foi tentar ajudar o senhor [repositor] e levou murro na nuca e pontapés nas costas a ainda agrediu a mulher [fiscal]. Tomei a frente dessa situação porque, como ele é político [Peixoto] pode sobrar para o meu menino”, diz o pai do jovem.
Vice-prefeito nega acusações
De acordo com Paulinho Peixoto, a sua esposa foi ao supermercado com filha deles. A versão dele é que a menina foi empurrada pelo funcionário.
“Ele [funcionário] estava na entrada [do estabelecimento] e empurrou minha filha porque ela estava com um cachorro pequeno no colo. Também empurrou minha mulher que estava com um produto na mão, que veio a cair”, defende.
Segundo vice-prefeito, a mulher foi para a casa e relatou a situação ocorrida no supermercado. “Questionei ele [funcionário] por que havia agredido minha filha. Nisso, veio outro rapaz [auxiliar] por trás e me empurrou, eu virei e chutei ele. Foi isso que aconteceu”, argumenta.
Indagado sobre as agressões à funcionária, Peixoto nega e diz que tem gravações que podem provar a acusação.
“Tudo mentira. Em nenhum momento toquei em alguma mulher. Isso é conversa. Tenho testemunhas. E ninguém me falou sobre filmagens [do supermercado]”, ressalta
Por Marcelo Marques, G1 RR